Greves deixam Temer cada vez mais "isolado e detestado", diz Le Monde
O texto começa explicando que "em qualquer país produtor de petróleo, a alta vertiginosa do preço do barril normalmente seria vista como uma benção". Mas no caso do Brasil, e de seu impopular Michel Temer, essa alta é vivida como uma tragédia, “capaz de desestabilizar a democracia”.
"Apoiados pela população, os caminhoneiros criticam a nova política de preços praticada pela Petrobras, que decidiu revender o produto aos brasileiros seguindo as evoluções do mercado mundial", explica a correspondente. Ela relata que, há dez dias, os caminhoneiros bloqueiam as estradas por onde passam comida, medicamentos e combustível", e que, com os postos de gasolina vazios, escolas foram fechadas, supermercados estão desabastecidos e os hospitais foram obrigados a restringir seus serviços às operações de urgência.
Mas além do impacto social, a greve ganhou ares políticos, com os slogans dos sindicalistas sendo substituídos por gritos de "Fora Temer", analisa Le Monde. Além disso, comenta a reportagem, são cada vez mais frequentes os pedidos de intervenção militar. "Uma espécie de reprise do golpe militar de 1964, que agrada a extrema-direita brasileira, principalmente seu chefe, Jair Bolsonaro", aponta o jornal.
Bolsonaro “virou a casaca”
No entanto, pondera Le Monde, os militares não parecem interessados em tomar o poder, e dizem que uma intervenção militar “é coisa do passado”, como declarou o general Sérgio Etchegoyen, citado pela vespertino. Além disso, continua o texto, o próprio Bolsonaro, que apoiava os grevistas, “virou a casaca” e pede o fim do movimento, alegando que o caos atual não é uma boa coisa para os brasileiros. Mesmo assim, relato o jornal, 87% da população apoia o movimento de greve, segundo uma pesquisa de opinião divulgada na quarta-feira e mencionadas pelo Le Monde.
Além disso, do ponto de vista político, a mobilização acabou reunindo extrema-direita e esquerda radical, que encontraram como ponto em comum o fato de odiarem Michel Temer, explica o texto. Diante da situação, o chefe de Estado cada vez mais “isolado e detestado”, não sabe o que fazer, conta a reportagem. A tal ponto que, durante uma cerimônia em Brasília, o presidente disse que, "se Deus quiser", as coisas vão melhorar, quase como se esperasse um milagre, conclui a correspondente do jornal Le Monde.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.