Brasileira é a primeira mestre cervejeira em Berlim
Márcio Damasceno, correspondente da RFI em Berlim
A ex-comissária de bordo, de 38 anos, se formou como mestre cervejeira na Alemanha e há mais de dois anos responde pela produção de uma das mais badaladas cervejarias de Berlim, a Brlo, especializada em cervejas artesanais.
Ela conta que ser mulher e brasileira foi até um diferencial na hora de propor seus serviços aos donos do negócio, os alemães Katharina Kurz, Christian Laase e Michael Lembke, quando eles estavam para inaugurar a Brlo Brwhouse há pouco mais de dois anos. Situado no parque Gleisdreiek, o restaurante e bar foi construído com 38 contêineres de metal e logo se tornou um dos endereços obrigatórios da capital alemã para os amantes da cerveja.
“Quando eu soube eles iam abrir aqui a Brlo no parque Gleisdreieck, eu dei os parabéns para eles. Disse ‘que legal, imagino que vocês devam estar precisando de gente’. E eu perguntei ‘o que vocês acham, então, de ter uma mestre cervejeria brasileira’. E uma das fundadoras, a Katharina abriu um olhão e me disse ‘nossa! sério? você quer trabalhar com a gente? E eu respondi: claro! vou adorar!‘“, lembra a brasileira.
“Marcamos uma entrevista, e logo depois eu comecei. E pelo fato de ser brasileira e mulher só fica mais interessante para eles", reitera.
Controle de qualidade
Há pouco tempo, Verônica deixou um pouco de lado a parte de produção da cerveja ao ganhar novas responsabilidades e assumindo o controle de qualidade dos mais de 10 tipos de cervejas produzidas pela Brlo, junto com a supervisão das operações da empresa, que vem crescendo, após a inauguração, em junho, de uma segunda filial em Berlim, no tradicional centro de compras berlinense Kadewe.
“Eu era responsável por toda a produção, por enchimento de barris, por logística, distribuição. Comandava a produção, como principal cervejeira. A gente otimizava as receitas, desenvolvia receitas novas e tudo mais”, recorda.
“Agora, tem mais ou menos uns dois meses, eu passei a cuidar do controle de qualidade, montando um laboratório de análises, tirando amostras para serem analisadas microbiologicamente e cuidando da padronização de todas as nossas operações”, explica Verônica. “E como agora nós temos duas cervejarias, eu meio que estou em função de padronizar cada vez mais os processos, para que seja tudo feito igual.”
Criação própria: Brazilian Blowout
O diferencial brasileiro que a Verônica dá à cervejaria berlinense é visto já no cardápio, que tem como um de seus destaques “explosivos” a Brazilian Blowout. Uma criação da Verônica, que começou a desenvolver quando ainda morava no Brasil. A bebida tem ingredientes que saíram do jardim da mãe dela e é servida nos meses mais frios do ano.
“Eu gosto muito de chili, de pimenta. Adoro comida apimentada. E minha mãe sempre teve diversas pimentas no jardim. Então, ela plantava malagueta, que é bem brasileira”, frisa Verônica.
“Fiz alguns testes, com diversas pimentas, e a malagueta foi a que deu mais certo, de que eu mais gostei do sabor, do aroma, da picância. Aí quando eu vim para a Brlo, eu propus a eles nós fazermos uma cerveja com a pimenta brasileira. Então, eu a trouxe do Brasil, seca, e essa cerveja virou a Brazilian Blowout, que a gente serve aqui no restaurante no outono e inverno.”
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