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Venezuela: Guaidó apresenta seu plano de governo em meio a crise política

31/01/2019 06h50

O autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó, anunciou pelas redes sociais que irá apresentar nesta quinta-feira (31) seu plano de governo para o país. O local escolhido foi a Universidade Central da Venezuela (UCV). De acordo com ele, seu governo paralelo irá trabalhar para estabilizar a economia, atender de forma imediata a emergência humanitária, resgatar os serviços públicos e superar a pobreza.

O autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó, anunciou pelas redes sociais que irá apresentar nesta quinta-feira (31) seu plano de governo para o país. O local escolhido foi a Universidade Central da Venezuela (UCV). De acordo com ele, seu governo paralelo irá trabalhar para estabilizar a economia, atender de forma imediata a emergência humanitária, resgatar os serviços públicos e superar a pobreza.

Elianah Jorge, correspondente da RFI na Venezuela

Uma pesquisa sobre as condições de vida dos venezuelanos feita por importantes universidades da Venezuela, e divulgada em novembro passado, alertou que a pobreza no país é de 48%. Em julho, a escassez de remédios e produtos médicos chegava a 80%, de acordo com a Federação Farmacêutica Venezuelana. Já a inflação deste ano deve chegar a 10 milhões por cento, segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Juan Guaidó informou pelas redes sociais que recebeu um telefonema de Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, que manifestou apoio ao governo paralelo.

Ele participou dos protestos realizados nesta quarta-feira (30) em Caracas. Centenas de pessoas tomaram as ruas da capital e também de cidades do interior da Venezuela. Durou apenas duas horas o ato convocado para chamar a atenção dos militares venezuelanos para a lei de anistia, caso eles reconheçam o opositor como presidente do país em vez de Nicolás Maduro, que há poucas semanas tomou posse para seu segundo mandato.

Também ganhou destaque no protesto o pedido de ajuda humanitária para ajudar a população venezuelana que padece com a falta de remédios e alimentos.

Na tarde desta quarta-feira, o enviado especial dos Estados Unidos para a Venezuela, Elliot Abrams, informou que a ajuda humanitária chegaria em território venezuelanos por via marítima através da Colômbia ou do Brasil, países que fazem fronteira com a Venezuela. Por sua vez o presidente Nicolás Maduro anunciou um plano para embelezar o país, o “Venezuela Bela”.

De acordo com o chefe de Estado, nos próximos seis anos, as ruas, praças e comunidades do país ficarão em perfeitas condições. Para analistas, com esta medida o presidente venezuelano busca desviar a atenção de seus seguidores dos problemas do país para enfocá-los em temas amenos e que melhorariam, um pouco, a dinâmica social.

Cooperação internacional

Maduro informou a um meio estrangeiro que todos os meses a Venezuela recebe armamento russo e que há cooperação militar Caracas e Moscou sem que isso seja algo “extraordinário”. Um boeing 777 vindo da Rússia ficou por dois dias no hangar destinado à vice-presidência da Venezuela. O governo não esclareceu o motivo da visita, o que gerou especulações. A aeronave, com capacidade para 400 passageiros, pousou em território venezuelano apenas com a tripulação. Na tarde desta quarta-feira o avião voltou nas mesmas condições a Moscou.

Já México e Uruguai, que vêm tendo tom conciliatório em relação à Venezuela, agendaram para 07 de fevereiro uma reunião na capital uruguaia de Montevidéu com os principais países e organismos internacionais com a mesma posição sobre a situação venezuelana.

Apoio interno à Maduro

Maikel Moreno, o presidente do Tribunal Supremo de Justiça, foi ratificado para o cargo por mais dois anos. Ele é um dos principais apoios do governo de Nicolás Maduro. Ele empossou o presidente venezuelano para seu segundo mandato, ato que desencadeou a inédita decisão dos opositores de criar uma presidência paralela para o país, em 23 de janeiro deste ano.