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Macron diz que Amazônia é "bem comum" e pede "mobilização de potências" contra o desmatamento

24/08/2019 08h48

Em um pronunciamento para lançar o início da cúpula do G7, que acontece na cidade francesa de Biarritz a partir deste sábado (24), o presidente Emmanuel Macron declarou que uma das suas prioridades no evento será mobilizar "todas as potências, em parceria com os países da Amazônia", para combater o desmatamento e promover o reflorestamento. O tema foi colocado na pauta da reunião das sete grandes economias mundiais e causou o maior desconforto diplomático em décadas entre o Brasil e a França.

"A Amazônia é nosso bem comum. Estamos todos envolvidos, e a França está provavelmente mais do que outros que estarão nessa mesa [do G7], porque nós somos amazonenses. A Guiana Francesa está na Amazônia", afirmou Macron, em cadeia nacional.

"Vamos lançar uma mobilização de todas as potências que estão aqui, em parceria com os países da Amazônia, para investir na luta contra os incêndios que estão em curso e ajudar o Brasil e todos os outros países que são atingidos. Depois, investir no reflorestamento e permitir aos povos autóctones, às ONGs, aos habitantes desenvolverem atividades preservando a floresta, que nós precisamos", explicou o francês.

Ajuda financeira para o reflorestamento e combate a incêndios

Segundo Macron, a Amazônia "é um tesouro de biodiversidade e um tesouro para o nosso clima, graças ao oxigênio que ela emite e ao carbono que ela captura". Mais cedo, Paris havia indicado a intenção de chegar a um consenso no G7 sobre uma ajuda financeira para esses dois objetivos. Em seu discurso nesta tarde, Macron adotou um tom mais ameno do que na véspera, quando disse que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, "mentiu" sobre os compromissos em relação à preservação ambiental, assumidos durante a reunião do G20, em junho.

Na reunião do G7, a "emergência climática" foi inserida no tópico "combate às desigualdades", um dos três temas principais da cúpula, além de segurança e economia. O assunto pode ser alvo de discórdias no evento, uma vez que o presidente americano, Donald Trump, é avesso a políticas ambientais.

Mesmo assim, antes de partir em viagem para a França, Trump ofereceu ajuda ao Brasil. "Se os Estados Unidos puderem ajudar nos incêndios na Floresta Amazônica, estaremos prontos", declarou o presidente americano, pelo Twitter.