Elon Musk reabre ilegalmente usina da Tesla na Califórnia e recebe apoio de Trump
O empresário sul-africano Elon Musk decidiu desafiar as autoridades sanitárias da Califórnia e reabriu a usina da montadora de carros elétricos Tesla na segunda-feira (12). O presidente Donald Trump elogiou a provocadora atitude do bilionário, endossando a polêmica retomada de atividades durante a pandemia de coronavírus.
"A Califórnia deveria permitir que Elon Musk reabra a usina AGORA. Isso pode ser feito rapidamente e seguramente", afirmou o presidente americano no Twitter.
A guerra aberta de Musk contra as autoridades sanitárias da Califórnia já dura dias. No último sábado (9) o empresário ameaçou deixar o estado onde instalou a montadora, diante da proibição da reabertura da fábrica devido às restrições impostas para barrar a propagação do coronavírus.
"Irei ao trabalho como todo mundo. Se alguém for preso, peço que seja eu e apenas eu", tuitou o extravagante magnata.
Musk acusa o condado de Alameda, onde instalou a usina da Tesla de serem "irracionais e fora da realidade". No sábado, ele registrou uma denúncia contra as autoridades regionais devido à proibição de retomada de atividades, afirmando que ela contradiz as regras federais e da Califórnia, onde as empresas consideradas "essenciais" estão autorizadas a voltar a funcionar.
O bilionário também ameaçou deixar o Estado da Califórnia e transferir a fábrica para outro local. "Francamente, é a gota d'água. A Tesla mudará imediatamente sua sede e seus futuros projetos para o Texas / Nevada", publicou em seu Twitter.
Uma localidade do estado do Texas já se disponibilizou a receber as operações da empresa de Musk. "Li sobre sua insatisfação em relação às autoridades californianas (...) e gostaria de informá-lo que o condado de Hidalgo está pronto para acolhê-lo imediatamente, ele e Tesla Motors", escreveu no Twitter o alto funcionário do condado de Hidalgo, Richard Cortez.
Graves consequências
A decisão de Musk ocorre em um momento em que os estados americanos começam a realizar o fim progressivo da quarentena, apesar de o coronavírus continuar se propagando ativamente pelo país. Os Estados Unidos são a nação mais castigada pela doença no mundo, com mais de 80 mil mortos e 1,3 milhão de casos oficiais.
Desde que a doença chegou ao país, o presidente Donald Trump minimizou as consequências e se posicionou diversas vezes contra as medidas de quarentena impostas pelos estados. O dirigente chegou a convocar a população americana para sair às ruas e protestar contra o confinamento.
Nesta terça-feira, o epidemiologista da Casa Branca, Anthony Fauci, uma das maiores figuras do governo americano durante a pandemia, apontou para a possibilidade de consequências "muito graves" devido à ansiedade de retomada da economia em plena pandemia. Segundo ele, o número de óbitos e contaminados pela doença é "provavelmente muito maior" do que mostram os balanços oficiais.
"Se uma comunidade, estado ou região não seguir essas diretrizes [sobre suspender o confinamento sem segurança] e reabrir... as consequências podem ser muito graves," afirmou durante uma sessão no Senado americano.
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