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Covid-19: American Airlines e EasyJet são as novas vítimas da crise que afeta setor da aviação

28/05/2020 15h52Atualizada em 29/05/2020 20h53

A pandemia de Covid-19 que atinge severamente o setor aéreo continua fazendo estragos. As companhias aéreas American Airlines e EasyJet anunciaram nesta quinta-feira (28) um plano de demissão em massa.

A companhia aérea britânica do voos low coast EasyJet vai demitir 30% de seus funcionários, o que representa 4.500 pessoas. Já a American Airlines cortará 30% de seus postos administrativos e também prevê uma redução no número de pilotos e tripulantes. Com seus aviões estacionados em razão das restrições, as duas empresas engrossam a lista de companhias aéreas que terão que demitir uma parte de seu pessoal para enfrentar a pandemia de Covid-19.

Nos últimos dias a Air Canada confirmou a demissão de mais da metade de sua equipe (pelo menos 19.000 pessoas), a British Airways prevê 12.000 cortes (30% de seu efetivo) e a escandinava SAS, 5.000 (40%). A americana United Airlines também anunciou cortes (3.450 empregos), assim como a britânica Virgin Atlantic (3.150), as irlandesas Ryanair (3.000) e Aer Lingus (900), a islandesa Icelandair (2.000), a belga Brussels Airlines (1.000), a húngara Wizz Air (1.000) e a Fiji Airways (758). Já a Kuwait Airways anunciou a demissão de 1,5 mil funcionários expatriados. A Delta, por sua vez, está promovendo um programa de licença voluntária com adesão de 41 mil funcionários até o momento.

Do lado da produção aeronáutica, a americana Boeing anunciou o corte de 16.000 empregos, ou seja, 10% de sua força de trabalho na aviação civil, enquanto a fabricante de motores americana General Electric e sua concorrente britânica Rolls-Royce eliminaram 12.600 e 9.000 empregos, respectivamente.

Risco de falências

Mas outras empresas tiveram que ir além das demissões. A LATAM, maior companhia aérea da América Latina, declarou-se em quebra em 26 de maio. A companhia, que tem 42.000 funcionários, pediu apoio à lei de recuperação judicial dos Estados Unidos, o que permite que uma empresa sem condições de pagar suas dívidas possa se reestruturar sem a pressão dos credores. Duas semanas antes, a Avianca, a segunda companhia aérea da América Latina, recorreu à mesma lei.

A Virgin Australia se declarou inadimplente em 21 de abril, depois que o governo australiano recusou o empréstimo de 1,4 bilhão de dólares australianos para que a empresa se mantivesse em funcionamento.

Nacionalizações e ajuda do governo

Algumas empresas apelaram para a ajuda dos cofres públicos. O governo alemão e a Lufthansa elaboraram em 25 de maio um pacote de resgate de ? 9 bilhões, no qual o Estado se tornaria o maior acionista da empresa. Na quarta-feira (27), porém, a companhia considerou que as concessões exigidas em troca, por parte da União Europeia, são muito estritas e ainda não aprovou o acordo.

França e Holanda também socorreram a Air France-KLM com um plano que pode chegar a 11 bilhões de euros. A Suíça garantiu 1,2 bilhão de euros em empréstimos à Swiss e à Edelweiss, duas filiais da Lufthansa. Ainda na Europa, a Itália foi além e optou por nacionalizar a Alitalia.

A Air New Zealand obteve um empréstimo estatal de cerca de 900 milhões de dólares neozelandeses, enquanto Dubai e Turquia anunciaram, sem mais detalhes, que apoiariam a Emirates e Turkish Airlines, respectivamente.

A maioria das principais companhias aéreas americanas recorreu a um programa de apoio ao emprego lançado em março pelos Estados Unidos, do qual US$ 50 bilhões são destinados à aviação civil.

A Associação de Transporte Aéreo Internacional (IATA, na sigla em inglês) estima que o impacto da pandemia no volume de negócios das companhias aéreas em 2020 será de US$ 314 bilhões, o que representa uma redução de 55% em relação a 2019.

(Com informações da AFP)