Mais de 200 personalidades pedem cúpula extraordinária do G20 sobre a crise do coronavírus
Políticos e representantes da sociedade civil de vários países querem que o encontro seja organizado em caráter de emergência, sem esperar a cúpula do G2O sobre a pandemia de coronavírus agendada para novembro. Entre os signatários do documento publicado nesta terça-feira (2), estão os ex-primeiros-ministros britânicos trabalhistas Tony Blair e Gordon Brown.
"Sem a ação do G20, a recessão provocada pela pandemia só pode piorar, afetando todas as economias, e principalmente pessoas e nações marginalizadas e pobres do mundo", afirmam em uma carta aberta as 225 personalidades do mundo da política, ciência e da sociedade civil. Além dos dois ex-premiês britânicos, também assinam o documento o ex-secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon e o investidor George Soros.
"O G20, que representa 85% do PIB mundial, tem a capacidade de liderar a mobilização de recursos na escala necessária. Pedimos aos líderes que façam isto imediatamente", completa o texto. Ao recordar que o Fundo Monetário Internacional (FMI) calcula em US$ 2,5 trilhões as necessidades de financiamento dos países emergentes para enfrentar essa crise inédita, os signatários destacam que "até o momento apenas uma fração desta quantia foi alocada".
Eles também defendem uma coordenação internacional para desenvolver uma vacina e, assim que o tratamento estiver disponível, distribui-lo em larga escala, de forma gratuita e o mais rápido possível. O G20 reúne as 20 maiores potências econômicas do planeta. O Brasil integra o grupo.
G20 "desapareceu" em plena pandemia
Gordon Brown lamentou que o G20 tenha "desaparecido" em plena pandemia. "Isto não é apenas uma abdicação de responsabilidade, é potencialmente uma sentença de morte para as pessoas mais pobres do mundo", escreveu o político trabalhista no jornal britânico The Guardian. Durante o mandato de Brown (2007-2010), o Reino Unido foi o anfitrião de uma reunião do G20 que resultou em um acordo para responder à crise financeira mundial.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no sábado (30) o adiamento da reunião de cúpula do G7 (grupo de sete das maiores potências globais) que o país deveria receber em junho para uma data ainda não divulgada no segundo semestre de 2020. Trump disse que fará uma reunião ampliada, convidando outros países, como a Rússia, para participar. Mas a China, em princípio, ficará de fora.
A cúpula do G7 ampliada pode acontecer em setembro, antes ou depois da Assembleia Geral da ONU. Mas para Gordon Brown, a proposta americana não substitui um encontro de cúpula do G20. Segundo o ex-premiê britânico "não podemos enfrentar a emergência econômica ou de saúde sem reunir todo o mundo".
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