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Brasil entra em recessão com queda recorde do PIB no segundo trimestre

01/09/2020 12h16

Os números divulgados nesta terça-feira (1°) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são piores do que as projeções de muitos analistas. O Brasil registrou uma queda de 9,7% em seu Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre em relação ao anterior, resultado que reflete as consequências da crise sanitária em razão da pandemia de coronavírus.

Com o resultado, o país de 212 milhões de habitantes e o segundo mais afetado do mundo pela Covid-19, depois dos Estados Unidos, entra em uma recessão.

No primeiro trimestre do ano, a maior economia da América Latina teve resultado negativo de 2,5%. "O PIB já está no mesmo nível do final de 2009, no auge da crise financeira internacional", avaliou o IBGE em seu comunicado.

Apoio aos pobres

O tombo, no entanto, é menor do que os 11,1% inicialmente previstos para maio, em particular graças à ajuda massiva concedida pelo governo, com subsídios distribuídos aos mais pobres. Desde abril, o governo concede R$ 600 mensais, valor que às vezes pode chegar a R$ 1.200, a 66,4 milhões de brasileiros, quase um terço da população.

As medidas de apoio à economia, que também incluem redução de encargos, ou supressão de impostos, custaram ao Estado mais de R$ 500 bilhões, ou 7,3% do PIB previsto para 2020.

Entretanto, segundo analistas, com essa medida o Brasil conseguiu amortecer o choque, quando se compara os números do segundo trimestre com os de outros países latino-americanos, como México (-17,1%) e Chile (-13,4%), ou de países desenvolvidos, como Reino Unido (-20,4%), Espanha (-18,5%) e França (-13,8%).

Os analistas esperam uma recuperação no terceiro semestre (+5,4%), enquanto o Ministério da Economia estima que a contração, em 2020, será de 4,7%.