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Investimentos privados são "cruciais" para proteção da Amazônia, disse Mourão no Fórum de Davos

27/01/2021 13h52

O vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, afirmou que os investimentos privados são "cruciais" para o desenvolvimento sustentável e a proteção da Amazônia. Em sua participação na edição do Fórum Econômico Mundial de Davos, ele convocou empresas e investidores interessados na região a participar de novos projetos.

Vivian Oswald, correspondente da RFI em Londres

Para Mourão, pesquisas e projetos científicos terão de ser liderados pela iniciativa privada, uma vez que os governos, sobretudo no cenário pós-pandemia, não terão margem disponível para direcionar grandes somas para este tipo de atividades.

"Embora o interesse no status da Amazônia tenha crescido de maneira acentuada, o mesmo não pode ser dito da cooperação financeira e técnica na região, o que nos fez falta diante das atuais necessidades", disse o vice-presidente à plateia do painel "Financiando a transição da Amazônia para uma bioeconomia sustentável", do Fórum Econômico Mundial de Davos, que este ano é virtual.

Mourão destacou que "2021 foi, sem dúvida o ano mais despido da história recente, não apenas para a população e para a economia, mas também para o ambiente". Mas garantiu que o governo não tem medido esforços para conter incêndios criminosos e o desmatamento. Ele disse que o país está negociando com os governos da Noruega e da Alemanha a retomada dos aportes de recursos ao Fundo da Amazônia, congelados ainda no início do governo de Jair Bolsonaro.

O vice-presidente destacou que o governo quer trabalhar com todos os parceiros interessados na preservação e no desenvolvimento da floresta em projetos que tragam segurança e oportunidades iguais para os mais 29 milhões de brasileiros que vivem na região. Segundo ele, o futuro da Amazônia depende da expansão da bioeconomia. "E isso só vai se tornar realidade com a participação do setor privado", destacou, ao reconhecer que "as condições para investimentos na região não são ideias por conta da falta de infraestrutura".

"Está claro para nós que, sem o esforço conjunto de parceiros públicos e privados, não seremos capazes de atingir nossa meta principal: garantir uma região próspera e preservada", afirmou.

Tereza Cristina defendeu agronegócio brasileiro

Em outro painel, sobre segurança alimentar, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, admitiu que o setor de agronegócios brasileiro precisa se inserir depressa no contexto da transformação digital da economia. "Inovação é imprescindível para adequar a agropecuária à realidade global. É a única maneira de conciliar segurança alimentar com a preservação ambiental", afirmou.

Ela destacou que os investimentos neste segmento dispararam nos últimos anos, saltando de US$ 4 milhões em 2013 para R$ 200 milhões em 2019. A ministra afirmou ainda que o agronegócio brasileiro tem um dos ambientes "mais vibrantes" do mundo e salientou a atuação das mais de duas mil agritechs, como são chamadas as startups do setor.