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Otan e União Europeia anunciam ajuda à Ucrânia, após país sofrer ataque cibernético

14/01/2022 17h12

Após a Ucrânia sofrer um grave ataque cibernético, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a União Europeia prometeram nesta sexta-feira (14) apoiar o país do Leste Europeu em todos os problemas causados. O ataque, realizado em um momento de forte tensão com a Rússia, deixou fora de serviço diversos sites do governo de Kiev.

Nos próximos dias, um acordo de cooperação cibernética será assinado entre a Otan e a Ucrânia, o que dará acesso ao país "à plataforma de troca de informações sobre malware da Otan", explicou Jens Stoltenberg, secretário-geral da aliança, em um breve comunicado.

A União Europeia também prometeu mobilizar "todos os recursos" para ajudar seu aliado a restabelecer o funcionamento das páginas de serviços públicos. Entre os sites afetados, estão o do ministério de Relações Exteriores e o do ministério de Situações de Emergência. Segundo as autoridades ucranianas, no entanto, não houve grandes danos ao sistema.

O governo de Kiev diz que o ciberataque até o momento não foi reivindicado, e evitou acusar algum grupo. Em ataques similares contra outros países, a Rússia costuma ser a primeira suspeita de ataques cibernéticos.

Antes que a página da chancelaria ucraniana saísse do ar, os autores do ataque chegaram a publicar uma mensagem de ameaça. "Ucranianos, tenham medo e se preparem para o pior. Todos os seus dados pessoais foram tornados públicos", dizia a mensagem em ucraniano, russo e polonês.

As autoridades ucranianas disseram, porém, que não houve vazamento de qualquer dado pessoal.

Um ataque para enfraquecer o país?

O ataque cibernético acontece em um contexto de crescentes tensões entre a Ucrânia e a Rússia. O governo de Kiev e os Estados Unidos acusam a Rússia de ter posicionado cerca de 100 mil homens na fronteira ucraniana, planejando uma invasão do território.

Uma das hipóteses consideradas é que o grande ataque informático seja o prenúncio de uma ofensiva militar. O objetivo, neste caso, seria de atingir infraestruturas estratégicas do país e desorganizar a proteção da Ucrânia.Essa suspeita explica a rápida resposta da União Europeia e da Otan.

O acordo que será assinado entre a Aliança do Atlântico Norte e a Ucrânia pode irritar ainda mais a Rússia que, entre suas demandas diplomáticas, quer que a Otan se comprometa a garantir que a Ucrânia não se torne membro do grupo internacional. Pedido que a União Europeia rejeita fortemente.

Próximo de uma invasão?

Nesta sexta, um alto funcionário americano acusou Moscou de ter "pré-posicionado" agentes na Ucrânia "para criar um pretexto para uma invasão, inclusive através de atos de sabotagem e operações de informação", informou a agência AFP.

A acusação foi chamada de "gratuita" pelo governo russo, que acusou os Estados Unidos de fazerem acusações públicas sem qualquer prova.

De acordo com os países ocidentais, há tanques militares, grupos de artilharia e cerca de 100.000 soldados russos prontos na fronteira leste da Ucrânia.

A embaixadora dos Estados Unidos na Otan, Julianne Smith, disse à imprensa em Bruxelas que todos entendem que "há diversos de cenários possíveis em relação ao que está acontecendo entre Rússia e Ucrânia", "um deles é um ataque militar convencional em grande escala. Há outros ataques possíveis", acrescentou.

Após uma reunião entre ministros de Relações Exteriores da União Europeia, um dos participantes afirmou que "as sanções estão sobre a mesa. A convicção é de que o risco de uma intervenção russa na Ucrânia é real e devemos estar preparados para reagir".

Enquanto isso, o presidente ucraniano Volodimir Zelenski propôs uma reunião, provavelmente virtual, com seus homólogos dos Estados Unidos e da Rússia para tentar colocar um freio na crise de maneira diplomática.

(Com informações da AFP)