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Com posição antiaborto, maltesa Roberta Metsola é eleita presidente do Parlamento Europeu

18/01/2022 08h37

A deputada de centro-direita maltesa Roberta Metsola foi escolhida nesta terça-feira (18) como a terceira mulher a chefiar o Parlamento Europeu. Ela é vista como uma política moderada apesar da controvérsia sobre sua posição antiaborto.

Eleita no dia em que completa 43 anos, a deputada do menor país da União Europeia se torna a presidente mais jovem a comandar a Câmara.

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Ela assume em um momento de luto, pois substitui o italiano David Sassoli, que morreu na semana passada, de disfunção do sistema imunitário. No passado, Sassoli sobreviveu a uma leucemia.

Metsola, integrante do maior bloco parlamentar, o Partido Popular Europeu, já era a favorita para substituir o chefe do parlamento italiano de centro-esquerda, decorrência de um acordo fechado pelos principais grupos políticos.

Ela tem familiaridade com os trâmites do poder da UE, depois de servir como principal vice-presidente durante o mandato de Sassoli.

"Temos uma candidata convincente: jovem, mulher, de um país pequeno", disse Manfred Weber, líder parlamentar do PPE.

A carreira de Metsola está entrelaçada com a adesão de sua terra natal mediterrânea à União Europeia - e sua ascensão a um cargo geralmente dominado por legisladores de potências maiores pode ajudar a destacar os países muitas vezes esquecidos.

Como estudante, ela fez campanha pelo bem-sucedido voto "Sim" quando Malta decidiu aderir à UE em 2003. Ela então foi fazer ensino superior em uma instituição de elite em Bruges, conhecida por formar quadros de governo para a Europa, e passou a trabalhar em Bruxelas.

Ela acabou sendo eleita eurodeputada em sua terceira tentativa, em 2013, na chapa do Partido Nacionalista de Malta.

"Levei quase 10 anos para me tornar membro do Parlamento Europeu. Eu poderia ter desistido", declarou a mãe de quatro filhos.

Postura antiaborto

Ela subiu de forma constante as fileiras do PPE no parlamento, lidando com vários dossiês, incluindo imigração e liberdade de imprensa.

Metsola reivindicou o cargo de vice-presidente em 2020, depois que uma legisladora irlandesa, Mairead McGuinness, deixou o posto para se tornar uma comissária da UE.

Um eurodeputado verde na época descreveu Metsola como "uma integrante moderada do PPE e muito hábil em fazer a ponte" entre grupos políticos.

Ela ganhou destaque extra no ano passado, participando de uma série de eventos de alto nível para substituir Sassoli, que sofria de crises de pneumonia.

Mas sua oposição ao aborto - que continua ilegal em Malta, de maioria católica - fez sua candidatura ao cargo principal enfrentar oposição de alguns legisladores.

Metsola, que se autodenomina progressista pró-LGBTQ, votou em junho contra um relatório que pedia a todos os estados membros da UE que "garantissem o acesso universal ao aborto seguro e legal" para as mulheres, argumentando que isso infringe o direito de Malta de decidir por si mesma.

"Ponto fraco"

Um legislador descreveu as opiniões de Metsola sobre o aborto como seu "ponto fraco". Isso levou os grupos políticos dos verdes e da esquerda a apresentarem feministas pró-aborto como alternativa para a chefia do parlamento.

Mas Metsola insistiu que deixaria sua posição pessoal de lado e representaria a visão majoritária do parlamento como presidente.

"Em saúde e direitos sexuais e reprodutivos, a posição do Parlamento Europeu é clara", disse Metsola ao jornal Malta Today. "Como presidente do Parlamento, meu dever é representar a opinião do Parlamento e, se for eleita, cumprirei meu dever como sempre fiz."

(Com informações da AFP)

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