Copenhague vai construir bairro temporário para acolher refugiados ucranianos
A capital dinamarquesa espera instalar edifícios modulares para fornecer moradia e instalações sociais para 330 refugiados ucranianos. As construções temporárias também serão utilizadas como espaços públicos e instituições de ensino para as crianças ucranianas.
Fernanda Melo Larsen, correspondente da RFI em Copenhague
O projeto para construção de moradias provisórias para os refugiados ucranianos tem o apoio da maioria dos partidos da Câmara Municipal de Copenhague e deve ser aprovado ainda esta semana. A previsão é de que os prédios modulares estejam prontos e sendo ocupados até o fim de julho deste ano. O bairro temporário funcionará por um período de até três anos, em uma área atualmente utilizada para armazenamento de mercadorias perdidas da capital dinamarquesa.
As moradias e as áreas comuns, como creches e escritórios, serão totalmente mobiliadas para que os refugiados não tenham nenhum tipo de gasto extra. O município de Copenhague vai contratar funcionários e recrutar um grupo de apoio voluntário para a integração dos requerentes de asilo. O projeto custará 71 milhões de coroas, aproximadamente R$ 50 milhões.
"Estamos em uma situação muito especial em que teremos muitos deslocados em Copenhague. Este número pode chegar a 11 mil refugiados que vão precisar de um lugar para morar. Essa é uma solução sensata", disse o chefe do Comitê de Emprego e Integração do conselho da cidade de Copenhague, Jens-Kristian Lütken, à emissora de TV dinamarquesa, TV2 Lorry.
Bairro deve abrigar 330 ucranianos
No primeiro momento, a previsão é de que este bairro possa abrigar 330 refugiados, um número inferior aos 11 mil ucranianos que Copenhague espera receber. Até agora, só na capital dinamarquesa, mais de mil requerentes de asilo vindos da Ucrânia foram acomodados em moradias públicas da cidade ou alojados em uma rede de hotéis dinamarquesa.
Segundo o chefe do Comitê de Emprego e Integração de Copenhague, esses pavilhões são a melhor medida para diminuir a crise dos refugiados na cidade. Ele afirmou que a construção desse bairro não se transformará em "uma sociedade paralela".
"A diferença entre dinamarqueses e ucranianos não é tão grande quanto a diferença entre dinamarqueses e outros grupos de países considerados não ocidentais. Ao mesmo tempo, muitos ucranianos estão tentando entrar no mercado de trabalho", afirmou Kristian Lütken.
Terreno para moradias fica em área de risco
Os membros da Câmara de Copenhague devem discutir essa semana se o valor reservado para planejar o bairro provisório pode aumentar para instalar mais dois mil refugiados. O problema é que o novo local, que fica na ilha de Amager, é considerado uma zona de risco porque lá existe um armazenamento de combustíveis. Com isso, a Agência de Gerenciamento de Emergências de Copenhague, a Autoridade Dinamarquesa para o Ambiente de Trabalho e a Polícia de Copenhague devem realizar uma avaliação de risco do projeto antes de colocá-lo em prática.
A necessidade de criar acomodações para os refugiados que chegaram na Dinamarca, desde que a Rússia iniciou uma guerra com a Ucrânia no dia no dia 24 de fevereiro deste ano, tem sido um grande problema para o país. Segundo o ministro da Imigração e Integração, Mattias Tesfaye, o país escandinavo deve receber em tempo recorde 100 mil refugiados, um número superior aos 20 mil requerentes de asilo que a Dinamarca planejou acolher desde o início da invasão russa.
"Não podemos imaginar que é possível mantermos o mesmo nível de serviço assistencial com 100 mil pessoas que chegam em tão pouco tempo", reconheceu o ministro.
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