Advogados de Assange acusam CIA de espionagem e farão queixa contra a agência americana
Os advogados americanos do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, anunciaram nesta segunda-feira (15) que apresentarão uma queixa contra a CIA e seu ex-diretor, Mike Pompeo, a quem acusam de terem gravado suas conversas e copiado o conteúdo de seus telefones e computadores.
Os advogados e dois jornalistas que se juntaram à denúncia são todos americanos e alegam que a agência de inteligência violou seu direito constitucional à privacidade, neste caso com Julian Assange, que é australiano.
Eles alegam que a CIA trabalhou com uma empresa de segurança contratada pela embaixada equatoriana em Londres, onde Julian Assange se refugiou, para espionar o fundador do WikiLeaks, seus advogados, jornalistas e outras pessoas que ele encontrava.
Julian Assange deve ser extraditado da Grã-Bretanha para os Estados Unidos, onde é acusado de publicar telegramas diplomáticos em 2010 relacionados às guerras no Afeganistão e no Iraque.
De acordo com o advogado Richard Roth, que representa os autores da denúncia, esses supostos atos de espionagem significam que o direito de Assange a um julgamento justo "foi manchado, se não anulado", porque "o governo agora conhece o conteúdo dessas trocas.
Advogado pede arquivamento das acusações contra Assange
"Deveria haver sanções, até mesmo o arquivamento dessas acusações ou a retirada do pedido de extradição, em resposta a essas atividades tão claramente inconstitucionais", afirmou o advogado.
A queixa, apresentada pelas advogadas Margaret Ratner Kunstler e Deborah Hrbek, bem como pelos jornalistas Charles Glass e John Goetz, tem como alvo a CIA, seu ex-diretor e ex-secretário de Estado Mike Pompeo, a empresa de segurança Undercover Global e seu presidente, David Morales Guillen.
A denúncia alega que a Undercover Global, que estava sob contrato com a embaixada equatoriana, em nome da CIA, colheu informações dos dispositivos eletrônicos dos autores da queixa, incluindo todas as suas trocas com Assange, e colocou microfones no prédio, cujas gravações, assim como as imagens das câmeras de segurança, também foram enviadas para a agência americana.
Julian Assange recorreu da decisão britânica de conceder o pedido de extradição para os Estados Unidos. As acusações contra ele podem levar a uma pena de prisão de até 175 anos.
(Com informações da AFP)
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