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Senegal: Amadou Ba é nomeado primeiro-ministro, três anos após presidente suprimir o cargo

17/09/2022 12h01

Fim do suspense no Senegal. Amadou Ba foi nomeado primeiro-ministro neste sábado (17) pelo presidente Macky Sall. O cargo havia sido suprimido em 2019 e restituído em dezembro de 2021. Ex-ministro da Economia e Finanças e ex-ministro das Relações Exteriores, Ba ainda deve anunciar a composição do novo governo.

Com a correspondente da RFI em Dakar, Charlotte Idrac

A novidade foi anunciada em edição especial na RTS, a emissora pública do Senegal.  Amadou Ba, 61 anos, tem um perfil político. Ex-ministro da Economia e Finanças de 2013 a 2019, ele chefiou a diplomacia do país entre 2019 e 2020. O seu nome foi um dos que circularam nos últimos meses para o cargo de premiê. O novo chefe de Governo foi recebido esta manhã pelo chefe de Estado, Macky Sall, no palácio presidencial.

É, portanto, o fim de uma longa espera, desde que o cargo de primeiro-ministro foi abolido pelo presidente, em maio de 2019. Restaurado em no fim de 2021, ele estava vago até agora.

Economia é prioridade

Em uma mensagem à nação, na noite de sexta-feira (16), o presidente Macky Sall assegurou que "o custo de vida, o emprego dos jovens, os aluguéis altos serão as prioridades do novo governo". Em um cenário de inflação elevada, o novo chefe de Governo terá a missão de organizar "amplas consultas" e adotar "novas medidas" no âmbito social, afirmou Sall.  

A supressão do cargo pretendia tornar o funcionamento do Estado mais fluido e estabeleceu um novo equilíbrio de poder, reforçando o caráter presidencialista do regime senegalês.

Na época, a oposição e parte da sociedade civil denunciaram a medida como uma tentativa do presidente de assumir todo o poder.

Quase três anos e meio mais tarde, Sall continua sendo criticado pela oposição por sua maneira de presidir o país. Os críticos afirmam que o presidente busca um terceiro mandato.

Eleito em 2012 para um mandato de sete anos e reeleito em 2019 para mais cinco anos, Macky Sall não anunciou ainda suas intenções para 2024.

Um evento que estava programado para este sábado, organizado por associações da sociedade civil com o objetivo de limitar os mandatos no cenário político local, foi proibido pelas autoridades, que alegaram "riscos de distúrbios", provocando uma onda de protestos nas redes sociais.

(Com informações da RFI e AFP)