Turismo em Paris se aproxima do nível de antes da pandemia de Covid-19

É quase verão no Hemisfério Norte, o sol e o calor retornaram, acabaram as restrições da pandemia de Covid-19 e os turistas podem finalmente voltar a viajar com tranquilidade. A Europa já está fervilhando e em Paris, não é diferente: a capital francesa continua sendo o primeiro destino turístico no mundo.

Daniella Franco, da RFI

O turismo voltou praticamente ao normal na capital francesa e está em um nível quase similar ao de antes da pandemia de Covid-19. A quantidade de visitantes está apenas 2,5% abaixo em relação a 2019.

Segundo o Escritório de Turismo de Paris, entre janeiro e abril deste ano, 11,6 milhões de pessoas vieram à capital francesa a turismo - um aumento de 27,2% em relação ao ano passado. Mais da metade desses visitantes (53,3%) são franceses. Entre os turistas estrangeiros que mais escolhem Paris estão, em primeiro lugar, os americanos, seguidos pelos britânicos, alemães, italianos e brasileiros. No ano passado, o setor já havia registrado um aumento de 5% na quantidade de visitantes vindos do Brasil, cerca de 111 mil em 2022.

Os gastos dos turistas estrangeiros com cartão de crédito ficam em torno de € 359 durante sua estadia (cerca de R$ 1.896). Quem mais gasta são os americanos, € 643 (cerca de R$ 3.396), seguidos pelos alemães, € 481 (cerca de R$ 2.541). Essa estimativa não contabiliza as despesas em dinheiro.

37 milhões de turistas em Paris

Quem ainda não voltou a Paris são os turistas chineses, que eram muito numerosos antes da pandemia. Segundo o Escritório de Turismo de Paris, eles estariam encontrando problemas de voos, preços e vistos. Mas o setor aposta no retorno dos visitantes da China a partir do final deste ano.

A expectativa é que a capital francesa acolha 37 milhões de turistas até o final de 2023, um pouco menos que em 2019, quando Paris recebeu 38,5 milhões de visitantes. Até o momento, para esses meses de junho, julho e agosto, a previsão é que as viagens de avião com destino a Paris registrem um aumento de 27,6% em relação ao ano passado e 6,1% comparado a 2019.

Paris é o primeiro destino turístico preferido em todo o mundo. Segundo o ranking de 2023 do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, sigla em inglês), a capital francesa continua firme e forte no primeiro lugar do pódio. Em segunda posição chega Pequim, na China, seguida por Orlando, nos Estados Unidos.

Preço dos hotéis tem forte aumento

Entre janeiro e abril, a média da taxa de ocupação dos hoteis aqui em Paris foi de pouco mais de 70% - um pouco menor do que em 2019. Mas os preços das diárias subiram 30% em relação ao período pré-pandemia. O valor médio da diária está em quase € 189 euros (cerca de R$ 1 mil).

Para evitar um aumento vertiginoso nos valores das estadias nas férias de verão, o Escritório de Turismo de Paris disse ter entrado em acordo com os sindicatos hoteleiros para que o setor respeite as tarifas recomendadas. O objetivo é que os turistas não optem por outras soluções, como o Airbnb, por exemplo.

No entanto, ao que parece, não será possível evitar um aumento dos preços durante os Jogos Olímpicos. Os valores das hospedagens já começam a duplicar ou até triplicar no período de 26 de julho a 11 de agosto de 2024.

O Escritório de Turismo de Paris estima que a Olimpíada não implicará em uma vinda massiva de turistas para a capital francesa. Segundo o órgão, a frequentação de visitantes deverá ser similar à de julho e agosto.

"Durante os Jogos, muitos turistas virão, mas também muitos preferem não vir. Não esperamos dobrar a quantidade de turistas em Paris", afirma o vereador Frédéric Hocquard, responsável pela pasta de Turismo e Vida Noturna na prefeitura da capital francesa.

Com a aproximação do evento, novas soluções de hospedagem vêm aparecendo. Muitos parisienses que querem evitar estar na capital francesa durante os Jogos Olímpicos estão optando por disponibilizar seus apartamentos ou casas em sites de trocas de residência, como o Homexchange, o ThirdHome, SwitchHome, TrocMaison. Mas, para isso, é preciso encontrar um voluntário inscrito nessas plataformas e disposto a oferecer seu lar em troca de uma estadia em Paris durante a Olimpíada.