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Irã: repressão moral continua um ano após morte de Mahsa Amini, jovem por causa de véu mal colocado

15/09/2023 13h16

Há um ano, no dia 16 de setembro de 2022, morria Mahsa Amini, jovem curda agredida até a morte pela polícia moral do Irã, acusada de usar o véu islâmico de maneira incorreta. As revistas semanais francesas lembram o caso e analisam a situação política e social no país dos aiatolás.

A morte brutal de Mahsa gerou protestos por todo o país. A repressão matou mais de 500 manifestantes e milhares continuam na prisão. A polícia moral se manteve discreta durante algum tempo, mas a revista L'Express informa que ela está de volta às ruas de Teerã, com zelo reforçado para se certificar que as mulheres respeitam as vestimentas ditadas pela religião.

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A revista Le Point mostra que as iranianas, mesmo assim, continuam resistindo, ousando andar pelas ruas da capital... de cabelos ao vento. Como Rojina, que insiste em não usar o véu e faz questão de postar selfies no Instagram, assim como tantas outras iranianas que se mostram em roupas decotadas ou justas, desafiando a polícia moral.

Essas mulheres recebem advertências pelo celular e são sujeitas a penas humilhantes, como lavagem de cadáveres e limpeza de banheiros, além de consultas psiquiátricas obrigatórias.

Escândalos 

A revista L'Express lembra ainda que desde julho a moral iraniana foi virada de avesso, com a revelação de vários vídeos comprometedores de autoridades religiosas ou políticas em flagrantes de homossexualidade, ou adultério. Literalmente "em maus lençóis", retomando a manchete da reportagem.

A maioria dos vídeos foi postada no aplicativo Telegram por um jornalista iraniano exilado na Alemanha. A cada semana, um novo flagrante inflama as redes sociais iranianas, que não tardam em espalhar as imagens comprometedoras.

Quadrinhos em homenagem às mulheres

Já a revista L'Obs optou por destacar o álbum de quadrinhos "Mulher, Vida, Liberdade", slogan dos protestos após a morte de Mahsa Amini. A edição em francês da editora L'Iconoclaste é coordenado por Marjane Satrapi, com análises de especialistas sobre a região e 192 desenhos de 17 artistas.

Satrapi, nascida no Irã em 1969 e exilada na França desde 1994, é autora do HQ autobiográfico "Persépolis", um marco do gênero com milhões de cópias vendidas pelo mundo, além de versão para o cinema.

Sobre os objetivos da obra, L'Obs explica: "prestar homenagem a todas as combatentes da liberdade, colocar os eventos do ano passado em perspectiva dentro da história do país, além de desconstruir os clichês que possam ter o público ocidental".

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