Israel diz que não impedirá entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza pelo Egito
Israel anunciou na quarta-feira (18) que autorizava a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza vinda do Egito, ao mesmo tempo que afirmou a continuidade do cerco rigoroso ao território palestino. De acordo com o governo egípcio, Israel bombardeou repetidas vezes o posto de Rafah, que dá acesso ao enclave palestino.
"Israel não impedirá a ajuda humanitária do Egito, desde que envolva alimentos, água e medicamentos para a população civil no sul da Faixa de Gaza", disse um comunicado do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. "Qualquer suprimento que chegue ao Hamas será neutralizado", acrescentou.
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O texto especifica que Israel não autorizará, no entanto, qualquer ajuda humanitária saindo de seu território para a Faixa de Gaza sem a libertação dos reféns detidos pelo Hamas desde 7 de outubro.
O ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, disse nesta terça-feira (17) que, desde o início do conflito, Israel bombardeou quatro vezes a passagem fronteiriça de Rafah, que conecta a Faixa de Gaza à península egípcia do Sinai, e que seguia sem autorização do Estado judeu para a entrada de ajuda humanitária e a saída de cidadãos.
Reféns
Durante uma visita a Tel Aviv na quarta-feira, onde se encontrou com Netanyahu, o presidente americano Joe Biden afirmou que a libertação dos reféns, cujo número é estimado em 199 pelas autoridades israelenses, era a "maior prioridade".
O Hamas afirma que entre "200 e 250" reféns estão detidos na Faixa de Gaza e que 22 entre eles foram mortos em ataques de Israel.
Biden esclareceu que Israel aprovou a entrada de ajuda em Gaza através do Egito "o mais rápido possível" e acrescentou que os Estados Unidos trabalham com seus parceiros para fazer "os caminhões atravessarem a fronteira o mais rapidamente possível".
O presidente americano anunciou também que iria pedir ao Congresso "esta semana" uma ajuda "sem precedentes" ao aliado israelense. Biden alertou Israel para que não repita os "erros" cometidos pelos Estados Unidos após os atentados de 11 de Setembro de 2001 que, segundo ele, foram motivados pelo "ódio"
"Eu aviso: no momento em que você sentir este ódio, não se deixe consumir por ele. Depois do 11 de setembro, ficamos furiosos nos Estados Unidos. Embora o que exigíamos era justiça ? e obtivemos justiça ? também cometemos erros."
O presidente norte-americano afirmou que a guerra atual, desencadeada pelo ataque do Hamas e que deixou milhares de mortos, reforçou sua "determinação" a favor de uma solução de dois Estados, israelense e palestino.