Navalny: opositor russo foi transferido para prisão mais rígida, dizem aliados
O opositor russo Alexei Navalny foi retirado da sua prisão para um destino desconhecido, disseram os seus apoiadores na sexta-feira (15), uma medida que pode significar a sua transferência para uma penitenciária de difícil acesso e com condições ainda mais severas.
Segundo Kira Iarmich, porta-voz exilada do ativista anticorrupção, um tribunal informou ao advogado do oponente que Navalny tinha "deixado a região de Vladimir", onde até então estava encarcerado.
"Não sabemos exatamente para qual destino", escreveu ela no X, especificando que a transferência teria ocorrido em 11 de dezembro. Os familiares não têm notícias de Navalny desde 6 de dezembro.
De acordo com o diário russo Kommersant, o tribunal que analisava queixa do opositor do governo russo contra a administração da prisão de Vladimir notificou na sexta-feira que Navalny deixou a colônia "de acordo com o veredito do Tribunal Municipal de Moscou de 4 de agosto de 2023", que entrou em vigor.
"Extremista"
O veredito condena Alexei Navalny a 19 anos de prisão por "extremismo", pena que deverá passar numa colônia de "regime especial", ou seja, na categoria de estabelecimentos onde as condições de detenção são mais duras e que são geralmente reservadas a presos em perpetuidade e prisioneiros mais perigosos.
"A chegada de Navalny (à nova colônia) será notificada no âmbito da legislação vigente", diz o documento lido em tribunal, segundo o Kommersant.
As transferências de uma colônia penal para outra na Rússia geralmente levam várias semanas de viagem de trem com etapas, e os parentes dos detidos ficam sem notícias durante esse período.
Preso em janeiro de 2021, Alexei Navalny, 47 anos, já havia sido detido na região de Vladimir, a aproximadamente 250 km de Moscou. Muitas vezes foi colocado em confinamento solitário, em retaliação por alegadas violações das regras da prisão.
No início de dezembro, as autoridades russas iniciaram novas acusações de "vandalismo" contra o popular ativista anticorrupção, o que poderá acrescentar mais três anos de detenção à sua pena.
Alexei Navalny escapou por pouco da morte quando foi envenenado, em agosto de 2020, passando vários meses convalescendo na Alemanha. Ele acusa o Kremlin, que nega qualquer envolvimento.
(com AFP)