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EUA advertem Israel que guerra contra Hezbollah pode provocar conflito regional

25/06/2024 16h06

Os Estados Unidos alertaram Israel na terça-feira (25) que uma guerra contra o Hezbollah libanês poderia provocar um conflito regional, após uma escalada nos ataques transfronteiriços e na retórica entre os dois lados nas últimas semanas. O Canadá pediu a seus cidadãos que deixem o Líbano "enquanto podem".

"Uma guerra entre Israel e o Hezbollah poderia facilmente tornar-se uma guerra regional, com consequências desastrosas para o Oriente Médio", alertou o ministro da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, ao receber o seu homólogo israelense, Yoav Gallant, no Pentágono.

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"A diplomacia é de longe a melhor maneira de evitar uma nova escalada", acrescentou.

Gallant disse que "estamos trabalhando em estreita colaboração para chegar a um acordo, mas também devemos nos preparar para todos os cenários possíveis".

Em visita a Beirute, a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, alertou que um "erro de cálculo" poderia provocar uma guerra em grande escala entre o Hezbollah e Israel a qualquer momento.

Na terça-feira, o Hezbollah reivindicou três ataques a posições militares no norte de Israel, em retaliação a um ataque israelense na segunda-feira (24) às suas posições em Bekaa, no leste do Líbano.

Na semana passada, o líder do movimento libanês, Hassan Nasrallah, alertou que "nenhum lugar" em Israel seria poupado dos mísseis do seu movimento, após o Exército israelense ter anunciado que "planos operacionais para uma ofensiva no Líbano" foi "validado".

No domingo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou que a fase "intensa" dos combates estava chegando ao fim na Faixa de Gaza, dizendo que depois disso, Israel poderia "realocar algumas forças no norte", na fronteira com o Líbano, "para fins defensivos".

O Hezbollah abriu a frente com Israel em apoio ao Hamas um dia após o ataque do movimento palestino, em 7 de outubro, no sul de Israel, que resultou na morte de 1.195 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP estabelecida a partir de dados oficiais israelenses.

Das 251 pessoas sequestradas durante o ataque, 116 ainda estão detidas em Gaza, das quais 42 morreram, segundo o Exército.

Israel prometeu destruir o Hamas e lançou uma grande ofensiva contra Gaza que até agora matou 37.658 pessoas, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo de Gaza, liderado pelo Hamas.

Morte de familiares de líderes do Hamas

Ao anunciar que a fase "intensa" dos combates estava chegando ao fim em Gaza, Benjamin Netanyahu fez particular referência à cidade de Rafah (sul), onde o Exército lançou uma ofensiva terrestre em 7 de maio.

O primeiro-ministro repetiu que o "objetivo" era "recuperar os reféns" e "desenraizar o regime do Hamas", em vigor desde 2007 em Gaza e considerado terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel.

Na terça-feira, o Hamas anunciou que a irmã do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, bem como outros nove membros da sua família, foram mortos num ataque israelense ao campo de refugiados de Chati, na cidade de Gaza (norte). Os militares não confirmaram.

"Se o inimigo criminoso pensa que atacar a minha família nos fará mudar a nossa posição e afetar a nossa resistência, então ele se engana", respondeu Haniyeh, que vive exilado no Catar.

 Segundo testemunhas, um ataque israelense também deixou cinco mortos, incluindo duas crianças, perto do hospital al-Chifa, na cidade de Gaza.

Governo do Canadá alerta cidadãos no Líbano

O governo do Canadá disse na terça-feira aos seus cidadãos para deixarem o Líbano o mais rapidamente possível, "enquanto podem".

"É hora de partir, enquanto as opções comerciais ainda estão disponíveis", disse a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, em comunicado.

 "A situação de segurança no Líbano está se tornando cada vez mais volátil e imprevisível devido à violência contínua e crescente entre o Hezbollah e Israel", alertou.

"Se o conflito armado aumentar, isso poderá impactar sua capacidade de deixar o país e a nossa capacidade de fornecer serviços consulares", disse a ministra, lembrando que o Canadá não oferece assistência na saída do território.

(Com AFP)

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