Steve Bannon preso: Ex-assessor de Trump inicia cumprimento de pena de 4 meses

Uma das principais figuras à frente da campanha de Donald Trump à presidência em 2016, Steve Bannon se entregou à polícia na manhã desta segunda-feira (1) em Connecticut nos Estados Unidos.

Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York

Bannon foi condenado a 4 meses de prisão por não cooperar com o comitê parlamentar que investiga a invasão ao Capitólio. Ele é investigado por ter supostamente aconselhado o ex-presidente Trump durante o processo de negação do resultado das eleições de 2020 que culminou na insurreição do dia 6 de janeiro de 2021.

Apesar de ter sido condenado em julho de 2022, a defesa de Bannon tentou entrar com um recurso contestando o veredito. Segundo o assessor político, as conversas que ele teve com o presidente naquele dia deveriam ser protegidas pelo princípio de confidencialidade garantido ao poder Executivo.

Finalmente, na última sexta-feira, a Suprema Corte emitiu um parecer dizendo que não era possível esperar até que o recurso fosse ouvido e abriu o caminho para a detenção de Bannon.

Antes de se entregar às autoridades e entrar na van preta que o transportaria à penitenciária de Danbury, Bannon aproveitou para fazer a última transmissão de seu podcast War Room.

Ao lado da deputada republicana, e uma das principais aliadas de Trump no Congresso, Marjorie Taylor Greene, Bannon disse que estava "orgulhoso" de ir para a prisão. E completou dizendo que ele será "mais poderoso" atrás das grades.

Bannon é o segundo ex-assessor de Trump a ser preso por não colaborar com investigação da invasão do Capitólio, antes dele Peter Navarro também foi condenado e cumpre atualmente uma pena de quatro meses de prisão. Mesmo na prisão, Bannon pretende continuar apoiando a reeleição de Trump

O ex-operador financeiro do banco de investimentos Goldman Sachs se tornou uma figura central da eleição de Trump à presidência em 2016, mas deixou de trabalhar oficialmente com o magnata apenas sete meses após a posse.

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Mesmo nas sombras, Bannon segue trabalhando para que Trump volte à Casa Branca. Bannon disse recentemente em seu podcast que está "trabalhando 24 horas por dia, sete dias por semana nesta campanha".

Além disso, Bannon não esconde seus planos de se vingar de seus inimigos políticos. No discurso feito antes de se entregar à política, ele citou diversas vezes o nome de Merrick Garland, o atual procurador-geral dos Estados Unidos.

Ligação com o Brasil

Reticente ao esclarecer sua ligação com a insurreição do Capitólio, Bannon se mostra mais aberto quanto a sua opinião quanto à invasão do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio da Alvorada por eleitores insatisfeitos com os resultados das eleições brasileiras de 2022. Ele chegou a chamar os insurgentes brasileiros de 'Combatentes da liberdade'.

Segundo uma reportagem publicada no jornal americano The Washington Post, Bannon teria inclusive aconselhado Jair e Eduardo Bolsonaro (PL) a contestar o resultado das eleições no Brasil, seguindo os passos de Trump.

A relação com a família Bolsonaro, porém, vem de muito antes. O primeiro encontro pessoal com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) aconteceu em 2018, às vésperas da eleição de Jair Bolsonaro, com quem ele também se encontrou após a eleição.

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