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Exército israelense informa ter 'eliminado' mais um alto integrante do Hezbollah em ataque no Líbano

08/10/2024 06h28

O exército israelense continua a bombardear o Líbano nesta terça-feira (8), com ataques registrados no sul do país e nos subúrbios do sul de Beirute, onde os militares dizem ter como alvo 70 posições de milícias do Hezbollah. Em uma dessas operações, os militares afirmam ter eliminado Suhail Hussein Husseini, apresentado como o "comandante do quartel-general do Hezbollah", com função de supervisionar "o orçamento e a organização das diversas redes" do grupo paramilitar.

Com informações do correspondente da RFI no Líbano, Paul Khalifeh

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Suhail Hussein Husseini "participou nos acordos de transferência de armas entre o Irã e o Hezbollah e é responsável pela distribuição de armas contrabandeadas entre as diferentes unidades do Hezbollah", especifica um comunicado do exército de Israel à imprensa.

Husseini supervisionava a logística e o orçamento para os projetos mais sensíveis do grupo paramilitar, como integrante do Conselho da Jihad do Hezbollah. Husseini coordenou ataques contra Israel a partir do Líbano e da Síria. Ele também liderou a Unidade de Investigação e Desenvolvimento, que tem a tarefa de fabricar mísseis guiados de precisão e armazenar armas. 

Nesta terça-feira, Israel ainda confirmou o lançamento, na véspera, de operações contra o Hezbollah no sudoeste do Líbano, onde uma quarta divisão iniciou, segundo o exército, "operações limitadas". O comunicado informa que a 146ª Divisão é "a primeira de reserva a operar no sul do Líbano como parte da [ofensiva] em curso contra o Hezbollah". 

O exército não revelou o número de soldados atualmente em operação no Líbano, mas de acordo com o correspondente militar do Times of Israel, o total de militares israelenses mobilizados no sul do país é agora "provavelmente superior a 15.000".

Na segunda-feira (7), o Hezbollah disparou 190 projéteis contra o Estado judeu, sem causar feridos, de acordo com o exército israelense, que se prepara agora para expandir as suas operações na "zona costeira" do sul do Líbano. Os moradores foram orientados a não irem às praias ou a nadar no mar nesta região. Após este aviso, os pescadores deslocaram as suas embarcações para o norte do país.

As trocas de tiros continuaram durante a noite de segunda para terça-feira entre o Hezbollah e o exército israelense, que anunciou ter realizado mais de 120 ataques ao sul do Líbano durante o dia, que deixaram numerosos mortos, incluindo dez bombeiros.

Ao mesmo tempo, cerca de dez ataques foram realizados nos subúrbios ao sul de Beirute, muitos deles abandonados pelos seus habitantes. Um destes ataques violentos ocorreu a poucas centenas de metros das pistas do aeroporto internacional, aberto para pousos e decolagens, incluindo voos para a retirada de cidadãos estrangeiros.

O Hezbollah, por sua vez, informou que disparou uma salva de foguetes de longo alcance na noite de segunda-feira contra a principal base de inteligência militar israelense, perto de Tel Aviv. O partido xiita assumiu a responsabilidade pelo lançamento de foguetes na madrugada sobre a Galileia, região declarada "zona militar fechada", poucas horas antes pelo exército israelense, no setor ocidental da fronteira. Esta medida tomada por Israel é o prelúdio de uma expansão das operações terrestres, concentradas nos últimos dias no centro e na fronteira leste.

Ontem, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu aos israelenses cumprir os objetivos da guerra que trava contra o Hamas em Gaza e o Hezbollah no Líbano como "uma missão sagrada", no dia em que o ataque do movimento islâmico palestino completou um ano.

Irã alerta Israel contra ataque à sua "infraestrutura"

O Irã, por sua vez, alertou Israel nesta terça-feira contra qualquer ataque à sua infraestrutura. O alerta acontece em meio a preocupações sobre possíveis ataques israelenses contra as instalações nucleares ou petrolíferas do país. "Qualquer ataque às infraestruturas iranianas resultará em uma resposta mais forte", advertiu o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, citado pela televisão estatal.

Esta declaração acontece no momento em que Israel, inimigo jurado de Teerã, afirma preparar uma resposta ao ataque com mísseis lançado no seu território pelo Irã, no início de outubro.

Na sexta-feira (4), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aconselhou Israel a não atacar as instalações petrolíferas do Irã, um dos dez maiores produtores mundiais de petróleo.

O general da Guarda Revolucionária iraniana, Rassoul Sanairad, alertou Israel no domingo (6) que atacar instalações nucleares e energéticas seria ultrapassar uma "linha vermelha" para o país. "Alguns líderes políticos levantaram a possibilidade de uma mudança na estratégia nuclear" do Irã, depois das ameaças israelenses, acrescentou, citado pela agência local Fars.

Em julho de 2022, a diplomacia iraniana havia garantido que o Irã não tinha feito quaisquer alterações na sua política nuclear, depois de um responsável ter destacado a capacidade técnica do país para fabricar uma bomba atômica. Atingir instalações nucleares "terá um impacto no tipo de resposta de Teerã", ameaçou o general Sanairad.

Turquia vai retirar seus cidadãos do Líbano na quarta-feira

A Turquia informou que irá realizar a evacuação por mar de cerca de 2.000 cidadãos residentes no Líbano. A operação está marcada para quarta-feira (9), anunciou o ministério das Relações Exteriores. Dois navios da Marinha turca partirão de um porto na província de Mersin, no sul, na terça-feira, com destino a Beirute.

(Com RFI e AFP)

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