Filho de Bin Laden é proibido de entrar na França, onde vivia desde 2016
A França proibiu o retorno ao seu território de Omar bin Laden, um dos filhos de Osama bin Laden. A decisão de impedir sua entrada no país foi tomada após uma postagem na qual ele homenageia ao pai, em um texto interpretado como apologia ao terrorismo. O filho do fundador do grupo terrorista Al-Qaeda vivia na região francesa da Normandia desde 2016.
Omar bin Laden, de 43 anos, nasceu na Arábia Saudita e viveu os primeiros anos principalmente no Sudão e no Afeganistão. Depois de se afastar do pai, aos 19 anos, passou por vários países árabes até chegar à França em 2016. Ele morava na Europa com a esposa, cidadã britânica, e se apresentava como pintor, vendendo seus quadros na região, mas também para clientes internacionais.
Relacionadas
Omar nunca quis mudar de nome. "Eu assumo quem sou", declarou em entrevista à imprensa francesa, quando dizia ter encontrado a paz na Europa. "Poderia ter me estabelecido em vários países europeus, mas preferi a França, onde a segunda religião é o Islã. Sinto que na França, como muçulmano, posso praticar o Islã sem problemas", declarou, em 2022.
Na época, ele também explicou que se afastou do pai, pois queria ter uma vida normal. "Deixei o Afeganistão em 2000. Naquela época, eu estava em campos de treinamento e queria uma vida mais normal. Estava cansado de não ver o resto da minha família, de não poder me casar, como todo mundo", disse.
Omar poderia ter tido a vida normal que sonhava na França se não fosse uma postagem feita em 2023. Em uma mensagem no X (ex-Twitter), ele decidiu homenagear o pai : "A história só é escrita com o sangue dessas pessoas", escreveu na rede social. "Para contar a história desses mártires que fizeram história, construíram nações e trouxeram glória, o sangue é a salvação de nossa fé até o Dia do Julgamento. Descanse em paz", concluiu Omar.
Apologia ao terrorismo
A mensagem, assim como a conta da rede social foram suprimidos. Mas antes disso, as autoridades francesas consideraram que a postagem representava uma apologia ao terrorismo e emitiram, em outubro de 2023, uma ordem para expulsão do país.
Omar bin Laden deixou voluntariamente a França quando foi notificado da decisão e se mudou para o Catar, mas sempre se defendeu das acusações de apologia ao terrorismo, alegando na época de "informações falsas". Ele chegou a recusar a autoria da postagem e a entrar com um recurso contra a medida de expulsão, mas o pedido foi rejeitado.
A decisão foi anunciada esta semana pelo novo ministro francês do Interior, Bruno Retailleau. Em sua conta no X, o ministro alegou que a expulsão foi ordenada "no interesse da segurança nacional". Retailleau, que busca ilustrar a sua política de firmeza contra a imigração, disse ainda que essa proibição administrativa garante que Omar bin Laden não poderá retornar à França por qualquer que seja o motivo.