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Visões antagônicas de candidatos levantam questões sobre política externa dos EUA após eleições

25/10/2024 12h38

Como será a política externa americana e como fica a "liderança" dos Estados Unidos no mundo após a eleição de 5 de novembro? Essa pergunta vem intrigando o mundo há meses, principalmente porque os dois candidatos, Kamala Harris e Donald Trump, têm visões totalmente antagônicas. 

As duas visões de mundo opostas foram vistas durante o único debate dos candidatos no mês passado. Para Donald Trump, foi mais uma oportunidade de criticar o histórico da administração democrata, representado, segundo ele, por uma sucessão de guerras dispendiosas no Oriente Médio e na Ucrânia, que contribuíram para o declínio da América. 

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As divisões entre Trump e Harris são mais visíveis no que se refere ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia. 

O ex-presidente garante que, se for reeleito, colocará fim aos conflitos atuais, dizendo "que as armas se calarão entre a Rússia e a Ucrânia", mas sem deixar claro qual método ele usaria. 

Para Kamala Harris, seu oponente não faria nada além de se curvar aos desejos da Rússia, abandonando a Ucrânia, desafiando a lei internacional. Ela não diz mais nada sobre a resolução do conflito, mas promete continuar a dar apoio militar a Kiev pelo tempo necessário. 

Ao contrário de Joe Biden, a candidata democrata disse ser sensível à situação dos palestinos, em um momento em que mais de 42 mil pessoas morreram na guerra em Gaza, mas confessou em uma entrevista que não mudaria nada na política externa do presidente que está deixando o cargo, especialmente seu apoio a Israel.

Kamala Harris não disse se planeja mudar essa linha se for reeleita. No entanto, isso fez com que seu partido perdesse apoio, principalmente entre os jovens e a comunidade muçulmana em estados eleitorais importantes, como Michigan. 

Se for eleita, Kamala Harris terá que deixar sua própria marca 

Como ex-promotora de origem indiana e jamaicana, para especialistas, a democrata teria mais propensão a se comprometer com a lei e com a cooperação em questões globais, em vez de buscar um confronto direto.

Ela procuraria fortalecer alianças na Europa contra a Rússia, também na Ásia contra a China, em um momento em que seu rival Donald Trump quer monetizar o apoio militar de seu país.   

Kamala Harris dedicou um giro à África no ano passado, o que a diferencia de seu oponente, que insultou os países deste continente quando era presidente.

Mas há uma questão que representa um peso para a candidata, a crise migratória na fronteira sul dos Estados Unidos.

Nessa questão de política externa central para a campanha, Donald Trump acusou Kamala Harris de fraqueza, e ela se endureceu desde seu discurso. Já o ex-presidente continua considerando deportações em massa desde seu primeiro dia no cargo. 

Agenda de campanha no Texas

Nesta sexta-feira (25), os dois candidatos fazem campanha no Texas. Kamala Harris vai falar sobre o direito ao aborto, e Donald Trump vai discutir a crise migratória.

A democrata de 60 anos faz um comício em Houston e espera-se que a cantora Beyoncé suba ao palco, um dia depois de um evento em Atlanta que também contou com o apoio da lenda do rock Bruce Springsteen.

Por sua vez, o republicano de 78 anos planeja criticar mais uma vez a fronteira sul dos Estados Unidos, em um comício em um hangar de aeronaves em Austin. Ele também gravará um podcast com Joe Rogan, um apresentador que é particularmente popular entre os homens.

O Texas é um estado conservador, o que deve oferecer a Donald Trump uma vantagem. Esse grande estado adotou uma proibição estrita do aborto, aproveitando a oportunidade oferecida pela anulação da Suprema Corte em 2022 da proteção federal do direito ao aborto.

(RFI e AFP)

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