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Furacão Rafael se afasta de Cuba, mas moradores e turistas enfrentam novo apagão

Uma mulher inspeciona sua casa durante a passagem do olho do furacão Rafael em Pueblo Candelaria, província de Artemisa, 65 km a oeste de Havana, em 6 de novembro de 2024 Imagem: ADALBERTO ROQUE/AFP

07/11/2024 08h37Atualizada em 07/11/2024 10h43

O furacão Rafael, que atingiu o oeste de Cuba na categoria 3, em uma escala que vai a 5, deixou o país na escuridão pela segunda vez em duas semanas, devido ao colapso do sistema elétrico da ilha. 

O furacão Rafael, que atingiu o oeste de Cuba na categoria 3, em uma escala que vai a 5, deixou o país na escuridão pela segunda vez em duas semanas, devido ao colapso do sistema elétrico da ilha.

Rafael deixou a ilha de 10 milhões de habitantes na noite de quarta-feira (6) e se move em direção ao sudeste do Golfo do México, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC), com sede em Miami, em seu último boletim.

O olho do furacão chegou à praia Majana, na província de Artemisa, no oeste da ilha, e varreu o território cubano de sul a norte durante duas horas e meia, antes de perder intensidade ao entrar no Golfo do México. Um alerta de tempestade tropical foi emitido para o arquipélago de Keys, na Flórida, para onde Rafael se dirige.

Durante a sua passagem em Cuba, o furacão de categoria 3 (de 5) na escala Saffir-Simpson causou um apagão geral. "Os fortes ventos provocados pelo furacão Rafael de alta intensidade causaram a desconexão do sistema elétrico nacional", afirmou a empresa nacional de eletricidade, Unión Eléctrica, na rede social X.

Na costa sudoeste, as rajadas de vento atingiram entre 130 e 140 km/h, segundo as autoridades. A capital, Havana, registrou ventos de 110 km/h a 185 km/h, nas áreas mais afetadas.

"A paralisação dos geradores e o desligamento das linhas de transmissão provocaram a queda do sistema", disse pouco tempo depois Lázaro Guerra, diretor de eletricidade do Ministério de Energia e Minas.

Cuba já estava sem eletricidade há dias, após uma avaria. O furacão Oscar, que atingiu o país em 20 de outubro e deixou oito mortos na ilha, também ocorreu em meio a um corte total de eletricidade. Na época, o apagão se deu por falhas nas usinas termelétricas e pela falta de combustível.

Estragos

Em Candelária, município de 20 mil habitantes, localizado a 65 quilômetros a oeste de Havana, as ruas desertas foram atingidas por fortes rajadas de vento, acompanhadas de um temporal, que arrancaram galhos das árvores, de acordo com imagens divulgadas pela AFP. As ruas ficaram repletas de galhos, telhas e pedaços de concreto das fachadas das casas que não resistiram à força do furacão.

"Estou desesperada, sem abrigo, o telhado desapareceu e não sei o que vou fazer", disse à AFP Marta Leon Castro, 57 anos, ainda em estado de choque e com lágrimas nos olhos. Pelo menos cinco famílias perderam todo ou parte do telhado de suas casas no bairro da cubana.

Em Havana, onde vivem dois milhões de habitantes, o fenômeno das fortes rajadas de vento acompanhadas por chuvas se repetiu. Lojas, escritórios e escolas fecharam as portas mais cedo e em várias postos de gasolina as bombas de combustível foram retiradas, enquanto as ruas estavam quase desertas.

Turistas bloqueados

Segundo o jornal oficial Granma, as "operações aéreas" foram suspensas na região ocidental do país, medida que inclui os aeroportos de Havana e do famoso balneário de Varadero, na vizinha província de Matanzas. Hotéis da capital estavam cheios de turistas retidos, que em alguns casos se reuniram à luz de velas nos restaurantes e saguões desses estabelecimentos, esperando que a tempestade passasse.

Desde o gigantesco apagão, o país vem sofrendo com frequentes cortes de energia devido ao déficit crônico na geração de eletricidade. Em setembro de 2022, a ilha já havia enfrentado um apagão generalizado após a passagem do furacão Ian pelo oeste.

Cuba enfrenta sua pior crise econômica em trinta anos, em meio à escassez de alimentos e medicamentos e a uma inflação galopante.

(Com AFP)

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