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Quase 70% das mortos em Gaza são mulheres e crianças, segundo relatório da ONU

08/11/2024 10h35

As mulheres e as crianças representaram quase 70% das mortes na Faixa de Gaza entre novembro de 2023 e abril de 2024, de acordo com um relatório divulgado pela ONU nesta sexta-feira (8). O documento, elaborado pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, detalha ações que violam as regras do direito internacional e poderiam ser consideradas crimes de guerra, contra a humanidade e até genocídio.

 

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A ONU verificou a identidade 8.119 das mais de 34.500 vítimas nos primeiros seis meses da guerra. Das mortes verificadas, 3.588 eram crianças e 2.036 mulheres, o equivalente a "quase 70%". De acordo com o relatório, a proporção indica "uma violação sistemática dos princípios fundamentais do direito internacional humanitário".

"Acreditamos que isso seja representativo da distribuição do número total de mortos. Uma proporção semelhante àquela fornecida pelas autoridades de Gaza", disse Ravina Shamdasani, porta-voz do do Alto Comissariado da organização.  

O número e as causas das mortes das vítimas em Gaza geram divergências desde o início da guerra, que teve início em 7 de outubro de 2023. A ONU e muitos países acreditam que o balanço diário divulgado pelo Ministério da Saúde do Hamas é confiável, mas Israel contesta os dados.

"Este nível sem precedentes de mortes e civis feridos é uma consequência direta do desrespeito aos princípios fundamentais do direito internacional humanitário", disse o alto comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk, em um comunicado.

Cerca de 80% de todas as mortes verificadas ocorreram em ataques a prédios residenciais e quase 90% em incidentes que custaram a vida de cinco ou mais pessoas.  

Metodologia

A grande proporção de mortes residências civis pode ser explicada em parte pela "metodologia de verificação" da ONU, que requer pelo menos três fontes independentes. Israel afirma que suas operações em Gaza têm como alvo os combatentes do Hamas.   

O país prometeu destruir o Hamas após o ataque de 7 de outubro, que matou 1.206 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses, incluindo reféns mortos ou em cativeiro.     

Das 251 pessoas sequestradas, 97 permanecem reféns em Gaza, 34 das quais foram declaradas mortas pelo exército.   A ofensiva israelense lançada em retaliação em Gaza matou 43.469 pessoas, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.

(Com informações da AFP)

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