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UE anuncia ampliação de sanções contra o Irã, acusado de apoiar Rússia na Ucrânia

18/11/2024 14h15

A União Europeia anunciou, nesta segunda-feira (18), a extensão de suas sanções contra o Irã. O país é acusado pelos europeus de apoiar a Rússia na guerra contra a Ucrânia, fornecendo drones e mísseis.

As medidas adicionais "têm como alvo o uso de navios e portos para a transferência de drones, mísseis e tecnologias, além de componentes relacionados de fabricação iraniana", disse a UE em um comunicado.

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A decisão "introduz a proibição de exportação, transferência, fornecimento ou venda de produtos da UE importados pelo Irã para o desenvolvimento desses equipamentos ".

Os europeus também proibiram as "transações em portos e eclusas, operados ou controlados por pessoas e entidades incluídas na lista de sanções", incluindo o transporte marítimo desses componentes para a Rússia.

A Islamic Republic of Iran Shipping Lines (IRISL) e de seu CEO, Mohammad Reza Khiabani, assim como três empresas russas de transporte marítimo - G Flot, VTS Broker e Arapax -, também foram incluídos na nova lista de sanções.

De acordo com a UE, as embarcações dessas empresas estavam envolvidas "no transporte de armas e munições de fabricação iraniana, incluindo drones, através do Mar Cáspio" para reabastecer as tropas russas.

Reino Unido também anuncia medidas

O Ministério das Relações Exteriores britânico anunciou na segunda-feira que sancionou a companhia aérea Iran Air e a empresa estatal iraniana IRISL, acusada de apoiar a Rússia em sua guerra contra a Ucrânia. 

Medidas também foram adotadas contra o cargueiro russo PORT OLYA-3, acusado de transportar armas para os russos.

"Como companhia aérea estatal, a Iran Air será sancionada em resposta à transferência de mísseis balísticos do governo iraniano para a Rússia", disse o ministério britânico, lembrando que este foi um compromisso assumido em setembro com Paris e Berlim.

Programa nuclear

O Irã disse nesta segunda-feira (18) esperar que as discussões sobre seu programa nuclear sejam conduzidas "longe de pressões e considerações políticas", antes de uma reunião da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que ocorre nesta semana em Viena.  

O chefe da AIEA, Rafael Grossi, visitou duas grandes instalações nucleares no Irã na sexta-feira (15). O país espera que a visita de Grossi permita "continuar as discussões técnicas com a agência, longe de pressões e considerações políticas", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baghaï, na segunda-feira.

A visita teve como objetivo "permitir que a Agência Internacional de Energia Atômica realize seu trabalho técnico livre de pressões de certas partes", disse Baghai.

A viagem de Grossi foi vista como uma das "últimas chances de diálogo" antes do retorno à Casa Branca, em janeiro, de Donald Trump, o arquiteto da chamada política de "pressão máxima" contra o Irã durante seu primeiro mandato (2017-2021).  

A questão nuclear iraniana "no próximo ano será delicada e complicada, mas estamos prontos para enfrentar todos os cenários", disse o chefe da diplomacia iraniana no sábado.  

Há uma chance "limitada" de resolver o programa nuclear do Irã por meio da diplomacia, disse Abbas Araghchi na televisão estatal. 

Trump tirou EUA do acordo nuclear em 2018

Em 2018, Trump retirou os Estados Unidos de um acordo nuclear entre o Irã e as grandes potências que havia sido selado três anos antes.

O texto previa o alívio das sanções internacionais, em troca de garantias de que o Irã não buscaria adquirir armas nucleares.  

Teerã nega suas ambições militares e defende o direito à energia nuclear para fins civis, particularmente para energia.    

Em retaliação à retirada dos EUA, o Irã aumentou drasticamente seu estoque de urânio enriquecido para 60%, perto dos 90% necessários para desenvolver uma arma atômica, de acordo com a AIEA. O acordo nuclear limitou essa taxa a 3,67%.

Com informações da AFP

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