Irã responde às críticas da AIEA ativando novas centrífugas "mais modernas"
O Irã anunciou nesta sexta-feira (22) que ativaria o funcionamento de "novas centrífugas avançadas", em retaliação à adoção de uma resolução em Viena condenando as atividades nucleares do país, acusado de "falta de cooperação".
Siavosh Ghazi, correspondente da RFI em Teerã
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O texto, redigido por Londres, Paris e Berlim e Washington foi aprovado nesta quinta-feira (21) por 19 dos 35 Estados membros do Conselho de Governadores da AIEA, segundo fontes diplomáticas entrevistadas pela agência AFP.
A Rússia, a China e Burkina Faso votaram contra, e 12 países se abstiveram. A Venezuela não pôde participar.
Teerã reagiu imediatamente anunciando "a ativação de um número significativo de novas centrífugas de vários modelos". O número exato ainda não foi especificado, mas Teerã já instalou os equipamentos nas usinas de Natanz e Fordoo.
Outras medidas contra o país podem ser anunciadas, o que pode complicar ainda mais as relações entre o Irã e os países ocidentais, que acusam Teerã de desenvolver seu programa nuclear para fabricar armas nucleares, o que Teerã nega.
Urânio enriquecido
Durante a visita do diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, a Teerã, o Irã prometeu interromper a produção de urânio enriquecido a 60%, um limite próximo aos 90% geralmente usados para fabricar armas atômicas.
O Irã tem atualmente pouco mais de 180 quilos, o que é suficiente para fabricar quatro dispositivos nucleares. Teerã também deu a entender que poderia permitir que mais inspetores da agência visitassem o Irã.
Essas medidas, embora vistas com otimismo por Rafael Grossi, não bastaram para acalmar os ânimos. Os países ocidentais deram assim um novo passo que pode tornar possível a discussão do programa nuclear iraniana no Conselho de Segurança nos próximos meses, reativando sanções mais duras contra o Irã.