Prefeitura de Paris pede a governo francês que proíba veículos esportivos SUV na capital francesa
A Câmara Municipal de Paris pediu nesta sexta-feira (22) ao governo francês que proíba o uso de utilitários esportivos SUV na cidade, tendo em vista a natureza "perigosa" desses veículos pesados, após a morte em Paris, em outubro, de um ciclista atropelado por um motorista desse utilitário esportivo.
O gabinete da prefeita socialista Anne Hidalgo também solicita ao governo francês que proíba "todas as operações de publicidade e marketing que promovam veículos pesados e incômodos do tipo SUV", em uma resolução adotada pelo Conselho Municipal de Paris, presidido por Hidalgo.
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No início dos debates de terça-feira, os conselheiros parisienses fizeram um minuto de silêncio em homenagem a Paul Varry, um ciclista de 27 anos morto em 15 de outubro por um motorista de SUV em uma ciclovia.
"Esse evento evidenciou a extensão da violência nas estradas em Paris", disse o senador Ian Brossat, copresidente do grupo comunista no Conselho de Paris, que acaba de apresentar um projeto de lei no Senado para permitir que os conselheiros locais proíbam a circulação de veículos pesados (1,8 toneladas ou mais) na cidade.
Violência do tráfego rodoviário
Em sua moção, o executivo municipal aponta para "a gravidade da violência do tráfego rodoviário que ocorre todos os dias na capital", onde "53,5% das viagens são feitas a pé, 30% de transporte público, 11,2% de bicicleta e 4,3% de carro".
Os acidentes envolvendo SUVs "são estatisticamente mais fatais para os usuários vulneráveis da estrada que atingem", de acordo com o relatório de segurança rodoviária de 2023, que se baseia em dados de um estudo, ainda em andamento, realizado pelo Centre d'études et d'expertise sur les risques (Cerema).
Alguns dias após a morte de Paul Varry, o Ministério dos Transportes criou uma campanha de quatro meses intitulada "Contra a violência, protegendo todos os usuários das estradas".
Por sua vez, o Conselho Municipal de Paris solicitou uma "mesa redonda", com a delegacia central de polícia, para analisar mais especificamente um plano de combate à "violência motorizada".
(Com AFP)