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Após tomada de Aleppo, Bashar al-Assad busca apoio internacional

02/12/2024 06h46

Após a perda do controle de Aleppo, o presidente sírio, Bashar al-Assad, busca agora o apoio de seus aliados. A segunda maior cidade da Síria é alvo de uma ofensiva rebelde jihadista que já deixou mais de 410 mortos, segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos.  

Esta é a primeira vez desde o início da guerra na Síria, em 2011, que o governo perde o controle da cidade. Durante um encontro em Damasco com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, Assad ressaltou "a importância do apoio dos aliados para enfrentar os ataques terroristas".

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Após a visita à capital síria, Araghchi viajou para Ancara na noite deste domingo (1). Ele deve se encontrar com o chanceler turco, Hakan Fidan, nesta segunda-feira (2), antes de uma reunião com o presidente Recep Tayyip Erdogan.  

Segundo a Rússia, outro aliado da Síria, a Força Aérea russa do país está ajudando o Exército sírio a expulsar os rebeldes nas províncias de Idlib (noroeste), Hama (centro) e Aleppo (norte). O Irã, outro país próximo de Assad, reiterou seu apoio "firme" ao regime sírio.  

Neste domingo, aviões russos e sírios realizaram vários ataques em Aleppo, matando 12 pessoas. 

Segundo a agência de notícias oficial síria Sana, os bombardeios também atingiram "uma reunião de comandantes de organizações terroristas" na província de Aleppo, matando "dezenas de pessoas". O ataque também destruiu um comboio de veículos que transportavam armas na província de Idlib.  

Nesta segunda-feira (2), a China também anunciou seu apoio ao regime sírio "em seus esforços para preservar a segurança". 

O regime de Assad lançou uma ofensiva contra grupos rebeldes em 2015, com o apoio militar da Rússia e do Irã. Ela permitiu a recuperação gradual do controle de grande parte do país e, em 2016, de toda a cidade de Aleppo.

Ofensiva jihadista

Os ataques que culminaram na tomada de Aleppo tiveram início na quarta-feira. O grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), antigo braço sírio da Al-Qaeda, e facções aliadas, algumas apoiadas pela Turquia, lançaram uma ofensiva contra as forças do governo.

Os rebeldes tomaram prédios do governo, prisões e o aeroporto internacional, de acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Mas vários bairros no norte de Aleppo são habitados em sua maioria por curdos sírios e as forças curdas estabeleceram uma administração autônoma em partes do nordeste da Síria.     

O HTS e seus aliados "controlam a cidade de Aleppo, exceto os bairros nas mãos das forças curdas. Pela primeira vez desde 2011, Aleppo está fora do controle do regime", confirmou Rami Abdel Rahman, representante da ONG. 

Os jihadistas também tomaram dezenas de cidades nas províncias de Idlib e Hama, no sul. Até agora, pelo menos 412 pessoas morreram desde quarta-feira. Entre elas, 214 rebeldes, 137 membros das forças pró-governo e 61 civis.

Líderes internacionais pedem "desescalada"

Em uma declaração conjunta, Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido pediram no domingo uma "desescalada" na Síria e uma "solução política" para o conflito.    

Em outra frente, grupos rebeldes pró-turcos tomaram no domingo a cidade de Tal Rifaat (norte), perto da fronteira turca, das forças curdas. A Turquia, que controla várias áreas do norte da Síria, disse que apoia os esforços para "acabar com as tensões".  

O início da ofensiva rebelde coincidiu com a entrada em vigor de um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah do Líbano, aliado de Assad e do Irã. O conflito na Síria, que começou em 2011, já deixou cerca de meio milhão de mortos. 

(Com AFP)

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