Rússia volta a atacar Ucrânia no Natal com mais de 70 mísseis e 100 drones
Intensos bombardeios sacudiram a cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, nesta quarta-feira (25). Os ataques russos atingiram infraestruturas de energia elétrica e deixaram ao menos três feridos. Esta é a segunda vez consecutiva que a Ucrânia celebra o Natal em 25 de dezembro para demonstrar autonomia em relação a Moscou.
A região nordeste da Ucrânia acordou sob o aviso de que um ataque estava sendo realizado contra Kharkiv. "Mísseis continuam se dirigindo à cidade. Protejam-se", escreveu o prefeito Igor Terekhov no Telegram.
Relacionadas
Na mesma rede social, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que Vladimir Putin escolheu conscientemente realizar o ataque no dia de Natal. "O que pode ser mais desumano que isso?", questionou.
Para evitar uma tragédia maior, o Exército resolveu acionar o alerta a bombas a todo o território. Segundo as autoridades, ao menos três pessoas ficaram feridas. Nas redes sociais, imagens mostram prédios destruídos em Kharkiv e arredores.
As forças ucranianas também indicam que mísseis russos Kalibr foram lançados nesta manhã da região do Mar Negro em direção às regiões de Vinnytsia, Kirovograd e Tcherkassy, no centro, Poltava (leste) e Dnipropetrovsk (no sudeste).
Kiev afirma que um dos mísseis russos atravessou o espaço aéreo da Moldávia e da Romênia.
Natal em 25 de dezembro é visto como provocação
Os ataques desta quarta-feira ocorrem no segundo ano em que a Ucrânia celebra o Natal em 25 de dezembro, rejeitando a data ortodoxa do 7 de janeiro, como estabelece o calendário da igreja ortodoxa da Rússia. A mudança foi oficializada em 2023, por meio de uma lei promulgada por Zelensky, o que foi visto como uma provocação por Moscou. No Natal de 2023, as forças russas já haviam bombardeado o país em protesto contra a mudança da data de celebração.
No último domingo (22), o presidente russo, Vladimir Putin, fez novas ameaças a Kiev, após um ataque ucraniano contra prédios residenciais da cidade de Kazan, na fronteira entre os dois países. "Quem tentar destruir qualquer coisa no nosso país, por menor que seja, enfrentará uma destruição muito maior e lamentará o que tentou nos fazer", advertiu.
Na manhã desta quarta-feira, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou que 59 drones ucranianos foram interceptados em seu espaço aéreo na última noite, 26 na região de Belgorod e 23 em Voronej. Segundo as autoridades locais, os destroços dos drones abatidos danificaram um rede elétrica e provocaram estragos leves em várias casas.
Cortes de energia elétrica
A Ukrenergo, companhia de eletricidade da Ucrânia, anunciou cortes na distribuição de energia nesta manhã, após os bombardeios russos. "A partir do momento em que houver segurança, os trabalhadores do setor farão o balanço dos prejuízos", afirmou o ministro ucraniano da Energia, German Galouchtchenko.
Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, a Rússia danificou gravemente a rede elétrica da Ucrânia, com bombardeios repetidos contra as infraestruturas. Os ataques resultam em cortes regulares de energia no país.
(Com informações da AFP)