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Após passagem de ciclone, premiê francês visita Mayotte e promete reconstruir arquipélago em dois anos

30/12/2024 11h11

O primeiro-ministro francês François Bayrou chegou nesta segunda-feira (30) a Mayotte, arquipélago no oceano Índico devastado pelo ciclone Chido. Durante sua visita, o chefe do governo prometeu reconstruir a região em dois anos.

O novo premiê da França aterrissou em Mayotte acompanhado de uma grande delegação ministerial. Ele trouxe a promessa de um plano de ajuda emergencial chamado "Mayotte de pé", que será seguido por outras medidas a longo prazo.

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"A população de Mayotte frequentemente sente que recebe promessas, palavras bonitas de solidariedade, mas o que eles querem é o real. (...) Depois de discutirmos durante o dia, vamos anunciar um plano chamado 'Mayotte de pé', que permitirá respostas rápidas", afirmou Bayrou.

Ele enfatizou que o plano inclui uma segunda fase em alguns meses, com foco não apenas na reconstrução da ilha, mas também na construção de um futuro diferente para Mayotte. Bayrou reafirmou sua meta de reconstruir Mayotte em dois anos, buscando "desmascarar a fatalidade".

Acompanhado por cinco ministros, incluindo Élisabeth Borne (Educação) e Manuel Valls (Territórios Ultramarinos), François Bayrou fará um pronunciamento no conselho departamental de Mayotte no final do dia. O destino da ilha poderá ser abordado em um projeto de lei especial a ser apresentado durante o Conselho de Ministros, na próxima sexta-feira.

"Cautela" sobre o balanço das vítimas

A deputada Estelle Youssouffa, de Mayotte, criticou os esforços do governo, afirmando que as ações não estão à altura das necessidades da população. Ela enfatizou que é preciso calibrar a ajuda de acordo com a população real, incluindo os imigrantes irregulares, que são numerosos no arquipélago.

François Bayrou considerou "irresponsável" afirmar que não há um "problema de imigração urgente" em Mayotte, e afirmou que o governo tem o dever de abordar essa questão com "propostas de lei que isolem os assuntos que serão fontes de bloqueio". O premiê também mencionou que a questão do direito de solo em Mayotte, que já é restrito, e que "é uma questão que precisa ser discutida".

Com cerca de um terço da população vivendo em condições precárias, Mayotte enfrenta grandes dificuldades. O ciclone Chido, o mais devastador em 90 anos, matou 39 pessoas e deixou mais de 5.600 feridos, de acordo com os números mais recentes da prefeitura.

Em relação ao balanço das vítimas, Bayrou pediu "muita cautela", afirmando que os "rumores de milhares de mortes" não são "fundamentados", e que os óbitos seriam mais próximos de "algumas dezenas ou algumas centenas". Inicialmente, o prefeito de Mayotte havia sugerido que as mortes poderiam chegar a "várias centenas", talvez até "milhares".

2,5 toneladas de material humanitário

Após o envio de 2,5 toneladas de material humanitário em seu avião, Bayrou iniciou o dia com várias visitas, incluindo à usina de dessalinização de Petite-Terre, ao colégio Kaweni 2, na capital Mamoudzou, e ao hospital de campanha montado após o ciclone. Em uma das visitas, um professor de esportes lamentou a destruição da escola e pediu maior segurança no local.

O prefeito de Mamoudzou, Ambdilwahedou Soumaila, apelou para que as autoridades "não deixem as pessoas cometerem os mesmos erros, esperando que os resultados sejam diferentes". Ele mostrou áreas devastadas que antes eram ocupadas por favelas, enfatizando a necessidade de mudar a abordagem.

Além disso, várias reuniões estão previstas com atores econômicos, forças de segurança e autoridades locais, incluindo uma cerimônia em homenagem ao capitão da polícia Florian Monnier, que morreu durante uma operação após o ciclone.

Polêmica sobre a visita e críticas

Durante sua visita, Bayrou também enfrentou críticas, especialmente após sua viagem a Pau, no sudoeste da França, para presidir o conselho municipal da cidade, dois dias após o desastre em Mayotte. O deputado Laurent Jacobelli do partido Reunião Nacional, de extrema direita, zombou, dizendo que Bayrou foi "um motor diesel" em relação a Mayotte, uma crítica sobre a lentidão da resposta governamental.

O primeiro-secretário do Partido Socialista, Olivier Faure, pediu "ações" do primeiro-ministro, afirmando que os habitantes de Mayotte se sentem abandonados e aguardam ajuda.

Ao final de sua passagem por Mayotte, Bayrou viajará para a ilha da Reunião, uma importante base logística para o apoio a Mayotte, onde continuará sua visita antes de retornar à França continental.

(com AFP)

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