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Campanha é lançada na internet para que Gisèle Pelicot receba Nobel da Paz

09/01/2025 16h57

Uma militante britânica lançou uma petição para que Gisèle Pelicot, a francesa que foi drogada e estuprada por dezenas de desconhecidos recrutados por seu ex-marido pela internet, receba o Prêmio Nobel da Paz. O caso Pelicot ganhou repercussão mundial e a vítima se tornou um ícone feminista.

"Ninguém merece mais do que ela. É difícil imaginar uma forma de violência que represente um maior desafio à paz do que a violência sexual", escreve Catherine Mayer ao apresentar a petição.

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A britânica lançou a iniciativa em inglês na plataforma Change.org em 20 de dezembro, um dia após o fim do julgamento contra o ex-marido de Gisèle Pelicot, Dominique Pelicot, e outros 50 corréus.

A petição foi publicada no site na quarta-feira (8) em francês e havia recebido mais de 30 mil assinaturas em cada um dos dois idiomas até esta quinta-feira (9). "É hora de garantir que o comitê do Nobel e as poucas pessoas autorizadas a nomear candidatos ajam", afirma a britânica à frente desta iniciativa.

Catherine Mayer foi cofundadora do Women's Equality Party (WE), um partido que defendia maior igualdade de gênero antes de ser dissolvido no ano passado. Ela também é autora de vários livros, incluindo uma biografia de Charles III, então Príncipe de Gales, em 2015 ("Charles: The Heart of a King").

Segundo ela, Gisèle Pelicot "conseguiu romper o véu da desinformação ao abrir mão do anonimato para participar do julgamento de seus agressores e testemunhar".

Relembre o caso

Por meio de um site na internet, Dominique Pelicot, hoje com 72 anos, condenado em dezembro a 20 anos de prisão, entrava em contato com dezenas de desconhecidos para estuprar sua esposa Gisèle. Antes, ele administrava medicamentos para sedá-la e praticar os estupros com outros homens. As agressões eram filmadas e as imagens armazenadas.

Os crimes aconteceram durante mais de uma década e só foram descobertos por acaso, quando Dominique Pelicot foi surpreendido filmando debaixo do vestido de uma mulher, em um supermercado em Carpentras, uma cidade no sul da França.

Ao ser detido, a polícia encontrou as images dos estupros de sua mulher em seu telefone e em seu computador. Os investigadores documentaram cerca de 200 estupros de Gisèle Pelicot apenas com base nos vídeos. Além de seu ex-marido, 50 homens identificados nas imagens também foram julgados e condenados.

O processo, que transformou Gisèle Pelicot em um símbolo feminista mundial por sua decisão de se expor e permitir que o julgamento fosse realizado com a presença do público e da imprensa, chocou a França e foi acompanhado por todo o planeta.

(Com informações da AFP)

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