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Onda de incêndios contra carros da Tesla, de Musk, se alastra pela Europa

Carro da Tesla é incendiado em Berlim -  Omer Messinger/Getty Images Carro da Tesla é incendiado em Berlim -  Omer Messinger/Getty Images
Carro da Tesla é incendiado em Berlim Imagem: Omer Messinger/Getty Images

14/03/2025 11h59Atualizada em 14/03/2025 12h56

Quatro carros pertencentes à montadora norte-americana Tesla pegaram fogo em Berlim na noite desta quinta-feira (13), de acordo com a polícia, que não descarta um "motivo político" em meio à controvérsia em torno do CEO da empresa, Elon Musk. O executivo é alvo de várias acusações, como a tentativa de ingerência nas últimas eleições legislativas alemãs.

"Ninguém ficou ferido e os bombeiros conseguiram controlar o incêndio", declarou a polícia da capital alemã em um comunicado.

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O fogo começou no meio da noite e com meia hora de intervalo entre dois distritos, distantes um do outro. Duas testemunhas relataram que os veículos elétricos da marca estavam pegando fogo. Pouco depois, a polícia foi avisada da ocorrência de outro incidente similar.

Os quatro veículos foram destruídos ou inutilizados e outros cinco, que estavam próximos, foram danificados. "Um motivo político não pode ser descartado", de acordo com um comunicado oficial da polícia.

Apoio à extrema direita

O bilionário Elon Musk, chefe e proprietário da Tesla, foi alvo de críticas na Alemanha, principalmente por seu apoio ao partido de extrema direita AfD durante a recente campanha eleitoral parlamentar. A sigla ficou segundo lugar nas eleições legislativas alemãs, com mais de 20% dos votos.

Outros incêndios em carros da Tesla foram registrados em Berlim na véspera do Ano Novo e no início de fevereiro em Dresden. No início de março, a janela de uma loja da Tesla foi pintada com tinta no centro de Berlim.

No final de fevereiro, a polícia anunciou que estava investigando um suposto ataque incendiário em um canteiro de obras em Berlim, reivindicado por ativistas da esquerda radical que disseram estar protestando contra a expansão de uma fábrica da marca.

Em março de 2024, a fábrica teve que interromper a produção após um suposto ataque incendiário em linhas de energia próximas, novamente reivindicado por um grupo da esquerda radical.

Na frente econômica, a Tesla continuou a perder terreno no mercado alemão de automóveis em fevereiro, embora os registros de veículos elétricos tenham aumentado em geral. Ainda é difícil avaliar até que ponto o bilionário e seu apoio à extrema direita europeia estão afugentando clientes em potencial.

"Saudação incendiária à Tesla": o recado francês

Perto de Toulouse, no sudoeste da França, pessoas invadiram o principal estabelecimento da Tesla na região metropolitana, em Plaisance-du-Touch, no começo de março. Três incêndios foram registrados pela brigada de incêndio. Doze carros da Tesla foram queimados no estacionamento da concessionária. O gabinete do promotor público de Toulouse abriu uma investigação de incêndio criminoso.

No dia 4 de março, um coletivo anarquista reivindicou a responsabilidade pelo incêndio, de acordo com uma mensagem publicada em uma plataforma de ultraesquerda. Intitulada "saudação incendiária à Tesla", a mensagem dizia: "incendiamos os veículos dentro do complexo usando duas latas de gasolina".

"Em um momento em que as elites estão multiplicando suas saudações nazistas, decidimos saudar um revendedor da Tesla à nossa maneira", escrevem os autores, referindo-se ao gesto do chefe da Tesla, Elon Musk, na cerimônia de posse do presidente dos EUA, Donald Trump.

Eles afirmam incorporar o "antifascismo combativo que não acredita no mito da democracia" e a "ecologia radical que não acredita em soluções tecnológicas". "Por meio desse ato, estamos participando da chamada 'Bem-vindo à primavera, queime um Tesla', do movimento internacional que tem como alvo a Tesla da Alemanha aos Estados Unidos via Holanda e, de forma mais ampla, da conflitualidade anarquista", destaca a mensagem.

"Elon, fique longe da UE"

Em Lyon (leste), após uma convocação para incendiar concessionárias da Tesla publicada na semana passada por um site de notícias local próximo à esquerda radical, o gabinete do promotor público disse à AFP que havia aberto uma investigação por "provocação pública direta sem efeito para cometer um crime ou ofensa".

Em Estrasburgo (leste), um grupo chamado Stop Elon está oferecendo adesivos online gratuitos para serem colocados nos carros da Tesla com o slogan "Elon, fique longe da UE". Os criadores do grupo também estão convidando as pessoas a organizarem manifestações pacíficas do lado de fora das concessionárias do bilionário norte-americano, denunciando sua "propaganda anti-UE".

(Com agências)


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