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Ministério do Esporte vive situação de crise, diz Gilberto Carvalho

Yvna Sousa

Em Brasília

20/10/2011 20h54

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, admitiu hoje que a situação do Ministério do Esporte é de uma "crise real" e que preocupa pela proximidade da Copa do Mundo. Assim como a presidente Dilma Rousseff, ele defendeu que não se deve fazer julgamentos precipitados a respeito de Orlando Silva. Reportagem da revista "Veja" apontou o ministro do Esporte como integrante de um suposto esquema de desvio de verbas do programa Segundo Tempo, executado por sua Pasta.

"Nós temos que ter muita seriedade nessa hora, porque se trata de um ser humano, de um governo que é sério, que tem demonstrado essa seriedade, que não tem contemporizado em nenhum momento com a corrupção, com o malfeito. Portanto, nós, de novo, estamos vivendo uma crise real, mas temos que ter serenidade para tratar essas questões com toda a maturidade, sem prejulgamentos nem pré-condenações", declarou o ministro.

Gilberto Carvalho disse ainda que, mesmo que Orlando Silva perca o cargo, não haverá prejuízos ao planejamento da Copa do Mundo. "Cada crise tem sua face, tem a sua característica. Portanto, ela é diferente das outras. É evidente que a questão da Copa do Mundo nos preocupa, claro. O que precisa ficar bem claro é o seguinte: as posições tomadas pelo ministro até hoje, são posições do governo brasileiro, não são posições do ministro Orlando Silva. Portanto, quem imagina que uma eventual remoção do Orlando possa mudar um milímetro da posição brasileira está completamente equivocado", declarou. "Eu não vejo como essa crise vai afetar os preparativos da Copa", afirmou Carvalho.

Nesta tarde, o Planalto tratou de apaziguar a relação com o PCdoB. O presidente nacional da legenda, Renato Rabelo, reuniu-se com Gilberto Carvalho e as ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Ele recebeu a garantia de que o governo não pretende tirar da legenda o Ministério do Esporte.

"Nós temos com o PCdoB uma relação história, que não é de hoje. Não é uma crise como essa que vai abalar essa relação", garantiu Gilberto Carvalho. Antes de embarcar no voo de volta de Angola ao Brasil, Dilma Rousseff também negou que o governo planejasse retirar o comando da Pasta do partido.