Delta entrega defesa em processo que pode impedir novos contratos com a administração pública
A Delta Construções entregou sua defesa à CGU (Controladoria-Geral da União) no processo que vai apurar irregularidades em contratos com o governo federal e que pode declará-la empresa inidônea.
Na terça-feira, a construtora havia solicitado ao órgão, pela segunda vez, a prorrogação do prazo. Diante do indeferimento do pedido pelo ministro Jorge Hage, da CGU, que viu na solicitação "clara intenção protelatória", a Delta apresentou sua defesa no fim da tarde de ontem.
O processo para declaração de inidoneidade da empresa foi aberto pela CGU em 23 de abril, a partir de denúncias de operações da Polícia Federal. A empreiteira é suspeita de ter ligações com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela PF acusado de chefiar um esquema de jogos ilegais, e está no centro das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira.
De acordo com a assessoria da CGU, a decisão sobre a Delta sairá até o fim de junho. Caso seja considerada inidônea, a Delta ficará impedida de contratar com a administração pública.
Ainda de acordo com o órgão, os contratos já em andamento podem ou não ser interrompidos, dependendo da avaliação a ser feita, "caso a caso", pelo governo.
A Delta teve crescimento notável nos últimos anos e tornou-se a maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Atualmente, a empresa tem cerca de R$ 4,7 bilhões em negócios com a União.
Somente com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), são 99 contratos ativos que somam R$ 2,5 bilhões e geraram, em aditivos já aprovados, R$ 172,5 milhões.
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