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Base aliada impede convocação de Carvalho e Gleisi para falar sobre escândalo

Caio Junqueira

Em Brasília

28/11/2012 16h31

A base governista da presidente Dilma Rousseff conseguiu se mobilizar para impedir a ida de ministros ao Congresso Nacional para prestar esclarecimentos sobre a Operação Porto Seguro, da Polícia Federal.

O DEM apresentou na Comissão de Segurança da Câmara dos requerimentos de convocação dos ministros José Eduardo Martins Cardozo (Justiça), Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União), Gilberto Carvalho (Secretaria Especial da Presidência da República) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil).

Além desses, também pediram a convocação do auditor Cyonil da Cunha Borges, delator do esquema de venda de pareceres técnicos que resultou na operação.

Os petistas afirmaram que foi feito um acordo ontem pelo qual Cardozo e Adams comparecerão voluntariamente ao Congresso para falar sobre a operação.

"Acordo é acordo. O que propomos é que se retire todos os demais itens de pauta. Há um debate político que extrapola os acordos, tentando convocar inúmeros ministros", disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

O petista avisou ainda que, se o presidente da comissão, Efraim Filho (DEM-PB), insistisse em colocar os requerimentos em votação, haveria obstruição. Segundo Teixeira, a base só não iria obstruir se fosse aprovado apenas um requerimento, o convite a Cardozo para participar de "audiência pública para esclarecimento do aumento dos índices de violência no Brasil, em especial em São Paulo, e fatos da Operação Porto Seguro".

Sem maioria na comissão, a oposição recuou e este acabou sendo o único requerimento aprovado por unanimidade.