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Base governista blinda pedidos de depoimento de indiciados da operação Porto Seguro

Daniela Martins

Em Brasília

05/12/2012 13h59

Os deputados aliados ao Palácio do Planalto impediram, nesta quarta-feira (5), a aprovação de requerimentos na Comissão de Fiscalização e Controle (CFC) da Câmara de convite a envolvidos na operação Porto Seguro da Polícia Federal, que identificou um esquema de fraude de pareceres no governo.

A maioria governista compareceu em peso à comissão e rejeitou cinco pedidos de depoimento elaborados pela oposição.

Outros dois requerimentos, de autoria do líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), não chegaram a ser votados sob o argumento de que o parlamentar não é mais integrante do colegiado, o que torna o documento prejudicado.

Os cinco requerimentos rejeitados, de autoria do PSDB e do DEM, pediam o depoimento da ex-chefe do Gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Nóvoa de Noronha; do então diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira - apontado pelas investigações como suposto chefe do esquema; do então diretor de Infraestrutura Aeroportuária da ANAC Rubens Carlos Vieira; do então "número dois" na hierarquia da Advocacia-Geral da União (AGU), José Weber Holanda Alves; e do auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) em São Paulo, Cyonil da Cunha Borges - que teria sido o delator do esquema segundo reportagem do jornal "Folha de S.Paulo".

Um requerimento do PSDB não foi analisado hoje na comissão a pedido da própria legenda. O documento propõe a convocação do ministro da AGU, Luis Inácio Adams, e da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. O partido vai analisar se vale a pena tentar trazer os dois ministros à Casa já que Adams será ouvido pelo Senado nesta quarta-feira tarde.

Apesar da resistência da base aliada em convocar os envolvidos nas denúncias já ser sabida e declarada por diversas lideranças, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, tentou refutar essa postura em audiência pública na Câmara na terça-feira. "O Congresso é soberano e deve convocar ou convidar quem acha que deve fazê-lo", declarou.