Manifestantes são pagos para ir a atos, diz advogado de suspeito preso
O advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, suspeitos de acender e atirar o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade, da "Rede Bandeirantes", durante protesto no centro do Rio, na quinta-feira (6), afirmou que manifestantes recebem dinheiro para participar dos atos. Ele confirmou que este é o caso de Caio. A manifestação foi contra o aumento da tarifa de ônibus na cidade do Rio.
Nunes quer que a polícia investigue de onde vem o dinheiro recebido pelos manifestantes para participar dos atos. Segundo ele, um outro manifestante teria dito a Nunes que os protestos iam se intensificar --e que haveria pagamento para quem se dispusesse a participar.
"Investiguem determinados vereadores, determinados deputados estaduais [para saber] de onde sairia essa remuneração", afirmou. "Existe um engendramento que fomenta e joga dinheiro nessas manifestações violentas. Isso deve ser investigado", disse. O advogado informou, no entanto, que não vai usar essa informação na defesa dos dois jovens.
O advogado foi questionado sobre quem pagaria a defesa de Souza e Raposo, já indiciados sob suspeita de homicídio doloso qualificado, por uso de artefato explosivo, e crime de explosão. "Eu mesmo vou pagar [as despesas jurídicas]. Eu não sou rico, eu vivo da minha prática, mas tenho três mil clientes. Mas não vai haver nenhuma cobrança [da defesa]", afirmou.
Raposo está preso desde a noite de domingo, 9, e, Souza, foi detido na madrugada desta quarta, 12.
Em reportagem publicada pelo jornal O Globo, no domingo, Nunes informou ter recebido uma ligação da ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho. Nessa ligação, ela teria dito que um dos responsáveis por acender o rojão que matou o cinegrafista tinha ligações com deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL). O deputado negou o fato e lembrou que Nunes representou o ex-deputado estadual Natalino Guimarães, que perdeu o mandato após investigações da CPI das Milícias em 2008, presidida por Freixo.
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