Parlamentares do PT divergem sobre ampliar foco da CPI da Petrobras
O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), ex-líder de seu partido na Câmara, pretende incentivar a criação de uma CPI mista, com deputados e senadores, para investigar a participação das empresas Alstom e Siemens no escândalo do metrô de São Paulo - um suposto cartel formado para fraudar licitações do setor de transportes sobre trilhos nos governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.
A ação de Teixeira contradiz a estratégia anunciada na semana passada pelo atual líder da bancada, Vicentinho (PT-SP), e pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que acabou de deixar o cargo de ministra da Casa Civil e atua como líder informal do governo de Dilma Rousseff dentro do Congresso. Vicentinho e Gleisi querem incluir a investigação sobre o metrô paulista na mesma CPI que a oposição tenta montar para investigar a Petrobras.
Teixeira disse que coleta assinaturas em apoio à criação da CPI mista específica para investigar a Alstom e a Siemens desde o fim de 2013 e que já conseguiu cerca de 151 rubricas dos colegas deputados. No Senado, por outro lado, ainda é preciso coletar os apoios. Para um pedido de CPI mista ser protocolado no Congresso são necessárias as assinaturas de, pelo menos, 171 deputados e 27 senadores (um terço de cada casa legislativa).
Nos bastidores, alguns deputados do PT afirmam que a defesa da ampliação do foco da CPI da Petrobras foi um erro político, porque seu anúncio mostrou para a oposição um dos planos do governo. Mas também dizem que foi um erro técnico, porque não se sabe ao certo se o regimento do Congresso permite ampliar dessa forma o alvo de uma CPI.
Questionado sobre o assunto, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), diz que não comenta a proposta vocalizada por Gleisi e Vicentinho. Diz apenas que "a Petrobras é uma empresa muito importante para o Brasil" e que não se pode permitir que a oposição use uma CPI para divulgar acusações infundadas.
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