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Simone Tebet diz que notas fiscais da Covaxin foram fabricadas: "Alguém cometeu fraude"

Do UOL, em São Paulo

06/07/2021 18h35Atualizada em 06/07/2021 20h40

Em entrevista ao UOL News da noite de hoje, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) explicou as declarações feitas na CPI da Covid sobre indícios de falha em documento apresentado pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni, ao falar do caso da Covaxin.

Tebet citou valores e ortografia incorreta em inglês e afirmou que "ficou muito claro que as notas fiscais foram fabricadas por alguém".

Tinham duas coisas que cheiravam corrupção e falcatrua. Notas fiscais foram fabricadas por alguém. Alguém cometeu fraude.
Senadora Simone Tebet (MDB-MS), em entrevista ao UOL News

A senadora apontou que a nota que foi mostrada por Onyx como errada, na verdade, não continha erros de português, como tinha sido dito pelo ministro. Por outro lado, a nota que ele apresentou como correta, estava, segundo ela, cheia de erros de inglês.

Outra questão foi uma incompatibilidade entre quantidades de doses. No documento que Onyx alegava ser o correto, havia uma diferença de mais de 1 milhão de doses de vacinas.

Para Tebet, denúncias são 'brigas de gangues'

A senadora definiu como "briga de gangues" as denúncias de corrupção que envolvem a compra de vacinas contra a covid-19.

"Eu acho que a gente pode resumir tudo isso, de forma bem objetiva, como 'briga de gangues'. A gente só consegue descobrir o malfeito quando uma gangue denuncia a outra porque está perdendo espaço", disse.

A senadora, apesar de não ser membro da CPI da Covid, tem ganhado destaque durante os depoimentos. Ela disse que enxerga três diferentes grupos atuando de alguma forma dentro do Ministério da Saúde em busca de conseguir lucrar em cima do orçamento da pasta.

Ela explicou que o primeiro núcleo supostamente envolveria o ex-diretor de logística Roberto Dias. O segundo, para ela, teria a participação do coronel Élcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde e, por fim, o terceiro grupo seria aquele integrado pelo reverendo Amilton Gomes de Paula, da Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários).

Parece que são três núcleos ali, que podem estar se digladiando em cima de um orçamento que nós sabemos que não é pequeno.
Senadora Simone Tebet (MDB-MS), em entrevista ao UOL News

A senadora ainda comentou sobre os próximos passos da CPI e opinou que o ministro Onyx Lorenzoni deve ser convocado, assim como Élcio Franco deveria retornar para um segundo depoimento.

Ela classificou Élcio Franco como uma das pessoas centrais neste momento, assim como Roberto Dias. "Eu acho que muita gente não vai dormir de hoje para amanhã, esperando qual vai ser a fala do Roberto Dias. (Ele) pode querer não ficar com isso aí sozinho, pode querer sair atirando para algum lado".