Reino Unido quer tratar pedófilos com 'inibidores sexuais'
O governo britânico planeja ampliar a distribuição de drogas que inibem a libido de pessoas condenadas por agressões sexuais graves, como parte de um plano para combater a pedofilia no país.
A medida faz parte de um pacote a ser anunciado nesta quarta-feira, e cujos detalhes foram revelados por fontes do governo à BBC.
O tratamento com inibidores sexuais químicos já é oferecido no Reino Unido a pessoas condenadas por agressões sexuais, com o consentimento do paciente.
A mudança é que os medicamentos passarão a ser oferecidos em maior quantidade, disse o repórter da BBC Robin Brant.
Mas continuarão sendo ministrados como tal, e não aplicados como uma punição, e ainda com o consentimento do paciente, afirmou o repórter.
Linha fina
O governo britânico tem sido pressionado tanto por grupos que advogam medidas mais duras contra pedófilos quanto por ativistas que vêem nelas um atentado contra a privacidade.
A nova lei é anunciada no momento em que o país ainda aguarda notícias da pequena Madeleine McCann, 4, desaparecida há cerca de um mês e meio quando passava as férias com seus pais em um balneário em Portugal.
Em uma tentativa de encontrar o equilíbrio, o governo britânico incluirá no novo pacote medidas que permitirão acesso limitado a dados sobre criminosos sexuais.
Pais poderão, por exemplo, obter informação sobre pessoas que tomarão conta de seus filhos - hoje, uma espécie de 'certidão negativa' pode ser requisitada apenas por empregadores a respeito de trabalhadores que lidarão com crianças.
Além disso, mães poderão checar com a polícia local se seus novos namorados têm antecedentes de pedofilia.
Entretanto, o Ministério do Interior britânico descartou o acesso irrestrito do público a informações sobre pedófilos, a exemplo do que já acontece nos Estados Unidos.
Pela chamada Lei Megan - batizada em homenagem a uma menina de sete anos morta por um agressor sexual - o paradeiro de pedófilos é divulgado periodicamente em diversos meios americanos, inclusive na Internet.
Fontes familiares com a elaboração do plano do governo britânico disseram que as informações só serão passadas adiante se os pedófilos estiverem morando a uma distância próxima o bastante para representar uma ameaça para as crianças.
Polêmica
O novo plano gerou polêmica entre grupos ouvidos pela BBC.
"É um grande passo adiante. Estamos falando de informações que estão sendo passadas a nós, e não ocultadas de nós", disse Sara Payne, que defende medidas mais duras contra a pedofilia desde que sua própria filha de sete anos, Sarah, foi morta sete anos atrás.
"Você pode ter as informações necessárias para permitir que sua filha vá caminhando para a escola ou saia para brincar no parque", ela argumentou.
Já o porta-voz da organização Barnardo's, Pam Hibbert, disse que as novas medidas poderiam levar os pedófilos a se esconder ainda mais, o que dificultaria sua vigilância.
"Temos evidência, das experiências nos Estados Unidos, de que a exposição pública leva os criminosos a agirem de maneira mais encoberta, e isso na verdade torna a vida mais perigosa para as crianças", afirmou.
A medida faz parte de um pacote a ser anunciado nesta quarta-feira, e cujos detalhes foram revelados por fontes do governo à BBC.
O tratamento com inibidores sexuais químicos já é oferecido no Reino Unido a pessoas condenadas por agressões sexuais, com o consentimento do paciente.
A mudança é que os medicamentos passarão a ser oferecidos em maior quantidade, disse o repórter da BBC Robin Brant.
Mas continuarão sendo ministrados como tal, e não aplicados como uma punição, e ainda com o consentimento do paciente, afirmou o repórter.
Linha fina
O governo britânico tem sido pressionado tanto por grupos que advogam medidas mais duras contra pedófilos quanto por ativistas que vêem nelas um atentado contra a privacidade.
A nova lei é anunciada no momento em que o país ainda aguarda notícias da pequena Madeleine McCann, 4, desaparecida há cerca de um mês e meio quando passava as férias com seus pais em um balneário em Portugal.
Em uma tentativa de encontrar o equilíbrio, o governo britânico incluirá no novo pacote medidas que permitirão acesso limitado a dados sobre criminosos sexuais.
Pais poderão, por exemplo, obter informação sobre pessoas que tomarão conta de seus filhos - hoje, uma espécie de 'certidão negativa' pode ser requisitada apenas por empregadores a respeito de trabalhadores que lidarão com crianças.
Além disso, mães poderão checar com a polícia local se seus novos namorados têm antecedentes de pedofilia.
Entretanto, o Ministério do Interior britânico descartou o acesso irrestrito do público a informações sobre pedófilos, a exemplo do que já acontece nos Estados Unidos.
Pela chamada Lei Megan - batizada em homenagem a uma menina de sete anos morta por um agressor sexual - o paradeiro de pedófilos é divulgado periodicamente em diversos meios americanos, inclusive na Internet.
Fontes familiares com a elaboração do plano do governo britânico disseram que as informações só serão passadas adiante se os pedófilos estiverem morando a uma distância próxima o bastante para representar uma ameaça para as crianças.
Polêmica
O novo plano gerou polêmica entre grupos ouvidos pela BBC.
"É um grande passo adiante. Estamos falando de informações que estão sendo passadas a nós, e não ocultadas de nós", disse Sara Payne, que defende medidas mais duras contra a pedofilia desde que sua própria filha de sete anos, Sarah, foi morta sete anos atrás.
"Você pode ter as informações necessárias para permitir que sua filha vá caminhando para a escola ou saia para brincar no parque", ela argumentou.
Já o porta-voz da organização Barnardo's, Pam Hibbert, disse que as novas medidas poderiam levar os pedófilos a se esconder ainda mais, o que dificultaria sua vigilância.
"Temos evidência, das experiências nos Estados Unidos, de que a exposição pública leva os criminosos a agirem de maneira mais encoberta, e isso na verdade torna a vida mais perigosa para as crianças", afirmou.