Quanto mais velho, melhor pai? Sim, pelo menos para os besouros
Um estudo conduzido pela Universidade de Exeter, na Inglaterra, avaliou o comportamento de besouros enterradores (do gênero Nicrophorus) com relação ao cuidado com suas ninhadas, concluindo que machos com mais tempo de vida tendem a ser melhores pais do que machos mais jovens. Assim, são preferidos pelas fêmeas no ato do acasalamento.
Besouro do gênero "Nicrophorus": quanto mais velho, mais cuidado com as crias
A pesquisa foi publicada nesta terça-feira (18) no jornal Proceedings of the Royal Society of London – B e aponta que os machos mais velhos —e consequentemente com menor chance de se reproduzirem novamente— se preocupam mais com os cuidados com a prole e se esforçam mais no acasalamento com a fêmea.
Besouros enterradores apresentam uma paternidade de alta complexidade, rara entre insetos e semelhante à vista entre algumas espécies de pássaros.
Já os besouros mais jovens teriam uma preocupação e participação menor com seus descendentes porque têm mais chances de acasalar de novo, priorizando isso em relação ao papel de pai.
"Nossa pesquisa mostra que a idade tem um impacto direto no nível de cuidado exercido por esses besouros", explica a cientista Megan Head. "Descobrimos ainda que besouros jovens e sem certeza de serem eles os autores da ninhada rendiam piores pais do que besouros mais velhos que passassem pela mesma situação."
Para avaliar o grau de comprometimento dos besouros com seus filhotes, a pesquisa mediu o tempo que eles passavam junto à cria. A análise da resposta dos insetos quando havia dúvida da paternidade foi feita por meio da permissão de que odores de machos competidores permanecessem na câmara que sediava o acasalamento com a fêmea.
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