Aluno passa mal em treinamento para oficiais do Exército e está na UTI de hospital em Maceió
Um aluno do Exército está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa de Casa de Misericórdia, em Maceió, desde a última segunda-feira (23). O motivo, segundo os médicos, são problemas de saúde causados por fadiga muscular extrema durante a realização de um treinamento militar para alunos do curso de preparação de oficiais. Uma sindicância investiga se houve excesso dos instrutores.
Segundo o boletim médico, Gustavo Santos Lopes deu entrada no hospital com um quadro de rabdomiólise e está internado “com os rins paralisados, sendo o seu estado crítico, porém, estável.” O boletim não informa se há risco de morte.
De acordo com o site do Exército, a rabdomiólise é caracterizada por “danos à musculatura esquelética”, causado, normalmente, por “atividade intensa e prolongada”, podendo ser agravada com a privação de água e o calor.
“Quando isso ocorre, o conteúdo das células musculares é liberado na corrente sanguínea, o que pode ser potencialmente tóxico e ocasionar lesão nos rins e arritmias cardíacas, levando, em casos extremos, à morte”, informa o Exército.
Segundo relatos de uma pessoa próxima ao aluno, a atividade que Lopes realizou previa percorrer um trajeto de 16 km. As informações dão conta de que o aluno teria se queixado de estar exausto e sem condições físicas para continuar o treinamento.
Porém, o responsável pela operação teria mandado o aluno voltar à atividade, apesar de ele alegar o problema. O Exército não deu detalhes sobre as condições do treinamento que era realizado, nem confirmou ou negou se o aluno teria sido obrigado a seguir com a atividade.
Campanha
Em nota, o comando do Exército em Alagoas informou que já abriu uma sindicância para investigar o caso, que aconteceu por volta das 23h da segunda-feira, na fazenda Utinga Leão, no município de Rio Largo, região metropolitana de Maceió.
Aluno do NPOR (Núcleo de Preparação de Oficias da Reserva) do 59° Batalhão de Infantaria Motorizado, Lopes realizaria uma marcha a pé, conforme informou o Exército. A atividade era prevista no acampamento do período básico, mas o recruta passou mal durante o treinamento e foi conduzido ao hospital, onde foi diagnosticado o problema.
Os casos de rabdomiólise levaram a Exército a lançar uma campanha, em 2010, para controle, prevenção e tratamento da doença. Segundo o texto da campanha, é necessário “incentivo à hidratação durante as atividades físicas e orientação para que os treinandos não façam uso de complementos alimentares sem acompanhamento médico ou de um nutricionista”, afirma, ressaltando que o “exercício da liderança exige a preocupação permanente com a saúde e o bem-estar dos subordinados”.
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