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Pai de comentarista esportivo morto em Goiás diz acreditar em crime encomendado

Valério Luiz de Oliveira foi morto na porta da Rádio Jornal 820, em Goiânia - Divulgação PUCTV
Valério Luiz de Oliveira foi morto na porta da Rádio Jornal 820, em Goiânia Imagem: Divulgação PUCTV

Rafhael Borges

Do UOL, em Goiânia

09/07/2012 15h40

O pai do comentarista esportivo Valério Luiz de Oliveira, morto na última quinta-feira (5) em Goiânia, afirmou em entrevista na manhã desta segunda-feira (9) que acredita que a morte do filho foi encomendada.

“A gente [da família] não tem dúvida de que foi um crime encomendado”, afirmou Manoel de Oliveira –que também é comentarista esportivo. Sem citar nomes, Manoel disse que Valério Luiz “era altamente duro em seus comentários” e que tinha como adversário o clube Atlético goianiense.

A polícia afirma que todas as possibilidades serão investigadas, mas que a relação do crime com o trabalho do cronista é a mais contundente.

A mulher de Valério Luiz, Lorena Nascimento, afirma que ele sofria ameaças, mas não deu detalhes. “O que posso dizer é que eram problemas muito sérios com pessoas do meio do futebol.”

A delegada responsável pelo caso, Adriana Ribeiro, relatou que a investigação demanda tempo, mas confirmou que a suspeita do pai tem fundamento. “A grande questão seria mesmo essa rixa com o Atlético, mas isso só vai se tornar mais claro com o decorrer das diligências.”

Segundo a polícia, as pessoas que presenciaram o crime foram as primeiras a serem ouvidas. Um retrato falado, baseado em imagens de câmeras de segurança da região, deve sair ainda esta semana.

Em nota, o Atlético-GO afirmou que "Valério Luiz se caracterizava por seus comentários, que em alguns momentos desagradou alguns setores do clube, porém, por outro lado, a opinião forte do cronista já serviu até para a tomada de decisões que colaboraram desta forma com o crescimento do Atlético". 

Em programa, comentarista criticou clube

Vídeo polêmico

Durante o programa “Mais Esportes”, exibido na PUC TV Goiás no último dia 17 de junho, Valério fez duras críticas aos dirigentes do clube e disse que o time de futebol recebia dinheiro do grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira.

“Adson Batista deu prejuízo astronômico ao Atlético este ano. São R$ 500 mil em quatro jogadores que não jogam. O Atlético não tem torcida, não tem renda”, atacou.

Ele ainda falou do financiamento do clube: “Uns patrocinadores tenebrosos que caíram em escândalo, como a Delta. Muita gente dizia que tinha até dinheiro de Cachoeira correndo lá dentro. A única influência política que tem é de Valdivino de Oliveira, o resto não botou nenhum centavo”.