Sem acordo entre empresa e servidores, TST julgará greve nos Correios na quinta (27)
A audiência de conciliação realizada nesta terça-feira (25) entre funcionários dos Correios e representantes da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) terminou sem acordo, e a paralisação da categoria, que já dura duas semanas, continua. A reunião foi realizada na sede do TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília, e foi encerrada por volta de 19h40. Agora, o TST irá julgar o dissídio coletivo da categoria na próxima quinta-feira (27).
A estatal manteve a proposta de 5,2% de reajuste salarial. A relatora do dissídio coletivo no TST é a ministra Kátia Arruda, da Seção Especializada em Dissídios Coletivos, que sugeriu aos Correios que elevassem o aumento para 6,87%, mas a empresa negou. Antes, a ministra já havia sugerido que a ECT pagasse 5,2% de reajuste mais R$ 80 de aumento linear, mas os Correios também rejeitaram.
A proposta inicial da federação dos sindicatos era de 43,7% de reajuste salarial, aumento linear de R$ 200, tíquete-alimentação de R$ 35 e a contratação de 30 mil trabalhadores, entre outras reivindicações.
Segundo a assessoria do tribunal, um dos pontos discutidos na audiência desta terça (25) foi uma alteração na operacionalização do processo de entrega de correspondências. De acordo com os representantes da Fentect, o forte calor em alguns Estados do país prejudica o trabalho de entrega no período da tarde. Desta forma, a triagem do material seria feita à tarde e a distribuição, no período da manhã.
A empresa chegou a propor a realização de um projeto piloto, em três localidades do país que tenham temperaturas elevadas. Mas as partes não conseguiram chegar a um consenso sobre esse tópico.
Adesão
A greve não atinge apenas cinco Estados: Acre, Amapá, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Mas os sindicatos de base de São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru e Tocantins romperam com a Fentect e negociam diretamente com os Correios. A empresa diz que os sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro representam 40% dos funcionários.
De acordo com os Correios, a paralisação atinge 9% dos 120 mil funcionários. Para a Fentect, 80% dos funcionários dos sindicatos estão parados.
A paralisação já causou a suspensão dos serviços com hora marcada --Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje e Disque-Coleta-- para a cidade de São Paulo e a região metropolitana, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Tocantins e o SEDEX Hoje e o Disque-Coleta para o Rio de Janeiro.
Os Correios fizeram mutirão no fim de semana para tentar colocar em dia a entrega de cartas e encomendas. Segundo a companhia, foram triadas e entregues 23,7 milhões de cartas e encomendas e o mutirão contou com a participação de mais de 22 mil carteiros e 2,8 mil empregados administrativos realocados.
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