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Confusão muda trajeto do protesto "Veta, Dilma", no Rio

Do UOL, no Rio

26/11/2012 17h24Atualizada em 26/11/2012 19h22

Uma confusão que envolveu manifestantes e seguranças mudou o trajeto do protesto "Veta, Dilma", no centro do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (26).

De acordo com a organização do evento, a confusão começou depois que manifestantes tentaram romper o cordão que limita o espaço para o protesto, que começou na avenida Rio Branco. Os seguranças foram contratados pela própria organização do evento.

Por conta do tumulto, e da presença muito próxima a ele do governador Sergio Cabral (PMDB), do prefeito Eduardo Paes (PMDB) e da atriz Fernanda Montenegro, que lideravam a passeata, o trajeto do protesto teve de ser desviado para a avenida Almirante Barroso, passando pelo Teatro Municipal.

A passeata, que começou por volta das 16h30, tem o objetivo de pressionar a presidente Dilma Rousseff para que ela vete o texto aprovado pelo Congresso que prevê a redistribuição dos royalties do petróleo --com a nova regra, o Estado do Rio de Janeiro ficaria sem parte dos recursos que recebe hoje, por ser uma unidade produtora.

O protesto teve início com Cabral, Paes e a atriz Fernanda Montenegro caminhando lado a lado, atrás de uma faixa: "Contra a injustiça, em defesa do Rio".

A apresentadora Xuxa também participou do protesto.

Ônibus de outras cidades

Ônibus com moradores cidades que produzem petróleo no Estado vieram para engrossar a manifestação.

Dona Iraci Penedo, 59, recreadora, moradora de Engenheiro Paulo de Frontin, na região serrana do Rio, enfrentou duas horas de viagem para chegar ao Rio.

“Vim para o manifesto, com o dinnheiro do petróleo, já está ruim, imagina se tirarem”, disse.

A amiga da mesma cidade, Denise da Silva, 40, auxiliar de serviços gerais da Prefeitura de Paulo de Frontin, disse que a passeata é muito importante, “Não podem mexer nesse dinheiro, tem que deixar o que é nosso, esse dinheiro arrecadado já faz parte nas contas da prefeitura”, afirmou.

Edgard Mattos, 33, de Itaboraí (52 km do Rio), afirmou que saiu de sua cidade por volta do meio-dia --foram duas horas e vinte de viagem. “Eu trabalho no hospital da cidade, sou terceirizado. Esse dinheiro [dos royalties do petróleo] ajuda a manter o meu emprego é muito importante essa passeata”, afirmou.

Artistas de rua

Sósias de Michael Jackson, do papa Bento 16 e pessoas com cartazes também davam o tom com seus cartazes.

“Sou animador de plateia, pedi a todos os meus amigos para comparecerem aqui hoje, a Dilma tem de vetar, é muito dinheiro que não pode sair do Rio”, disse o sósia de Jackson, Roberto Muniz, 42.

Luciano Lima, 37, trouxe uma plataforma de petróleo feita por ele para reivindicar os direitos sobre o petróleo, “O petróleo é nosso. Todo mundo agora quer, isso é uma covardia com o Rio”, disse.

Já o vendedor de livros jurídicos Alberto Travessede, 73, resolveu homenagear o papa Bento 16 e foi vestido para a passeata como o pontífice. 

“Moro em piedade, vem de ônibus para cá, mas troquei de roupa aqui, não vim assim de casa, sou muito católico e só Deus para iluminar Dilma. Espero que ela tome a decisão certa e deixe a gente com os royalties ”, disse Travessede.