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Cabral, Paes e a atriz Fernanda Montenegro iniciam protesto "Veta, Dilma", no Rio

Do UOL, no Rio

26/11/2012 17h04

Parte da avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, está tomada por um protesto contra a lei aprovada pelo Congresso que faz uma redistribuição dos royalties do petróleo. A passeata, chamada de "Veta, Dilma", e que começou por volta das 16h30, tem o objetivo de pressionar a presidente Dilma Rousseff para que ela vete o texto aprovado pelo Legislativo.

O protesto teve início com o governador Sergio Cabral (PMDB), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e a atriz Fernanda Montenegro caminhando lado a lado, atrás de uma faixa: "Contra a injustiça, em defesa do Rio".

Ônibus com moradores cidades que produzem petróleo no Estado vieram para engrossar a manifestação.

Dona Iraci Penedo, 59, recreadora, moradora de Engenheiro Paulo de Frontin, na região serrana do Rio, enfrentou duas horas de viagem para chegar ao Rio.

“Vim para o manifesto, com o dinnheiro do petróleo, já está ruim, imagina se tirarem”, disse.

A amiga da mesma cidade, Denise da Silva, 40, auxiliar de serviços gerais da Prefeitura de Paulo de Frontin, disse que a passeata é muito importante, “Não podem mexer nesse dinheiro, tem que deixar o que é nosso, esse dinheiro arrecadado já faz parte nas contas da prefeitura”, afirmou.

Edgard Mattos, 33, de Itaboraí (52 km do Rio), afirmou que saiu de sua cidade por volta do meio-dia --foram duas horas e vinte de viagem. “Eu trabalho no hospital da cidade, sou terceirizado. Esse dinheiro [dos royalties do petróleo] ajuda a manter o meu emprego é muito importante essa passeata”, afirmou.

Críticas a Cabral

O deputado federal Jean Willys (PSOL-RJ), que participa da passeata, criticou o governador do Rio, Sergio Cabral (PMDB).

"A minha adesão a esse protesto tem uma certa crítica, pois é importante lembrar que o governador Sergio Cabral não foi hábil em se articular para impedir que esse projeto fosse aprovado na Câmara dos Deputados. É importante que esses recursos fiquem aqui no Rio, sejam veiculados na educação e exista uma fiscalização", afirmou.

"Nossa adesão não é uma adesão chapa branca. É uma adesão crítica pelo povo do Rio de Janeiro", disse.

De acordo com o parlamentar, é importante haver pressão popular para que a presidente vete a proposta que foi aprovada pelo Congresso.

"Essa manifestação popular é importante, porque é uma manifestação popular do Estado do Rio de Janeiro sobre a Presidência da República, a instância que agora pode vetar a decisão do Congresso, uma pressão para mostrar o impacto negativo dessa decisão sobre as finanças do Rio de Janeiro” disse o deputado.

O deputado afirmou que parte da população fluminense não acredita numa aplicação efetiva dos recursos vindos do petróleo. “A população não tomou para si essa luta, porque ela não foi devidamente instruída. O Estado usou toda a máquina para promover essa passeata, mas poderia ter feito isso de maneira mais eficaz. Deveria ter articulado uma posição política para que esse projeto não fosse aprovado. Eu acho que agora, de última hora, ele [governo] tentou fazer essa manifestação”, disse.