Três morrem após exame de ressonância magnética no mesmo dia em hospital de Campinas
Autoridades de Campinas (93 km de São Paulo) investigam a morte de três pessoas com idades entre 30 e 38 anos nesta segunda-feira (28), após a realização de exames de ressonância magnética no hospital particular Vera Cruz.
Interditado
Equipamento de ressonância magnética utilizado no Hospital Vera Cruz
Após os óbitos, que ocorreram em três salas e aparelhos diferentes, o setor foi imediatamente interditado por tempo indeterminado pela Vigilância de Saúde do município, que pretende investigar se o contraste, composto químico utilizado no exame, tem relação com as mortes. Nesta segunda-feira (28), a vigilância recomendou que todos os hospitais da cidade suspendam o uso do contraste na realização dos exames.
A primeira a passar mal foi Mayra Cristina Augusto Monteiro, de 30 anos, que fez o exame e foi liberada. Em casa, ela passou mal e teve de voltar para o pronto-socorro do hospital, onde morreu. As outras vítimas, Manuel Pereira de Souza, de 38 anos, e Pedro José Ribeiro Porto Filho, de 36 anos, morreram logo após a realização da ressonância. Todos realizaram exame na cabeça e tiveram parada cardiorrespiratória entre 16h30 e 18h30.
Em entrevista coletiva na manhã desta terça (29), o hospital informou que as causas das mortes ainda são desconhecidas. A entidade de saúde aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML). Outros 80 pacientes realizaram ressonâncias no mesmo dia. Eles foram contatados pelo hospital e informaram que estão bem.
Vítimas desacompanhadas
“O que mais intriga é que os exames não constataram nenhum tipo de problema em nenhuma dos três pacientes. Não sabemos o que realmente provocou as mortes”, disse Gustavo Sergio Carvalho, diretor administrativo do hospital. As três vítimas preencheram um formulário declarando que não apresentavam nenhuma restrição e estavam desacompanhados de familiares e conhecidos.
Após a constatação das mortes, a direção do Vera Cruz suspendeu as atividades no setor e acionou a polícia. As salas e os materiais utilizados durante os procedimentos foram lacrados, de acordo com a direção da unidade. O caso está sendo investigado pelo 1° Distrito Policial da cidade.
De acordo com a direção do hospital, a empresa responsável pelos exames é terceirizada e atua no local há 20 anos. Cerca de 1.800 ressonâncias são realizadas por mês, e nenhuma ocorrência deste tipo foi registrada na unidade até hoje. O hospital também informou que está colaborando com os órgãos competentes e que está dando toda assistência aos familiares.
Sem prazo
Segundo a prefeitura, após a comunicação das mortes feita pelo hospital à Vigilância em Saúde, foi solicitado o envio de técnicos para a área de diagnósticos, e também o Centro de Vigilância do Estado foi notificado.
A remoção dos corpos foi feita pelo IML às 2h desta terça, segundo o Serviços Técnicos Gerais (Setec). Por recomendação da vigilância, os corpos passaram por autópsia para que as causas das mortes sejam conhecidas. O IML não deu prazo para divulgar os resultados dos exames, que serão divulgados no menor tempo possível.
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