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Cardozo pede para PF investigar uso de recursos de índios por terceiros no RS

Camila Campanerut

Do UOL, em Brasília

12/06/2013 20h36

Durante reunião sobre demarcações de terras indígenas com um grupo de deputados, nesta quarta-feira (12), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou à Polícia Federal que investigue uma denúncia de que integrantes de um movimento social estariam usando recursos em nome de índios no Rio Grande do Sul. 

A denúncia foi feita pelo deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), que conseguiu informações com um índio do município de Tenente Portela (a mais de 400 km da capital gaúcha, Porto Alegre) de que pessoas sacaram em nome de centenas de índios recursos do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que financia projetos individuais ou coletivos de produção agrícola.  
 
“Eu entreguei o nome de 600 indígenas ao ministro com a conta bancária, e ele pediu à Polícia Federal que verifique esta questão”, resumiu Goergen.
 

Demarcações de terras indígenas

 
O objetivo principal da reunião era dar continuidade às conversas de Cardozo com a comissão do Legislativo sobre os processos de demarcações de terras indígenas. Os deputados defendem a suspensão das demarcações em todo o país “como forma de estancar a crise fundiária que se instalou no meio rural”. 
 
No entanto, o ministro adiou para a próxima semana um primeiro posicionamento por parte do governo ao pleito dos parlamentares depois de iniciada a primeira reunião do fórum com representantes do governo federal, do governo estadual do Mato Grosso do Sul, de lideranças indígenas e de fazendeiros. 
 
Cardozo afirma que o modelo que poderá ser definido no Mato Grosso do Sul poderá servir para o resto do país para solucionar o problema de disputa de terras.
 
“Precisamos melhorar o processo de demarcação para que não tenhamos tantas judicializações, não tenhamos tantos conflitos, mas, ao mesmo tempo, pegar a situação tensa no Mato Grosso do Sul num fórum, onde vamos encontrar um denominador comum nas perspectiva de garantirmos todos os direitos dos envolvidos, dentro de uma paz, de uma tranquilidade”, afirmou o ministro.  
 
No Mato Grosso do Sul, o conflito mais recente foi no município de Sidrolândia, onde quatro pessoas foram feridas e o índio Oziel Gabriel foi morto durante a reintegração de posse de uma fazenda ocupada por integrantes da etnia terena.