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Funai ajudará índios Tenharim com comida e remédios

Policiais de força-tarefa da Polícia Federal e da Força Nacional, apoiada pelo Exército, na madrugada do dia 29 de dezembro na área de reserva dos índios tenharim, em Humaitá, sul do Amazonas - Clovis Miranda/A Crítica/Estadão Conteúdo
Policiais de força-tarefa da Polícia Federal e da Força Nacional, apoiada pelo Exército, na madrugada do dia 29 de dezembro na área de reserva dos índios tenharim, em Humaitá, sul do Amazonas Imagem: Clovis Miranda/A Crítica/Estadão Conteúdo

Paulo Victor Chagas

Da Agência Brasil, em Brasília

04/01/2014 19h11

Sem acesso a alimentos e remédios, após conflitos entre a comunidade indígena Tenharim e moradores no sul do Amazonas, os índios deverão receber ajuda da Funai (Fundação Nacional do Índio). A ajuda é necessária porque o deslocamento deles às cidades mais próximas, Humaitá e Manicoré, foi interrompido por razões de segurança.

O prefeito de Humaitá (AM), José Cidenei Lobo do Nascimento, solicitou ao General Ubiratan Poty, da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, auxílio no fornecimento dos medicamentos e itens da alimentação. O prefeito vai se reunir nos próximos dias com servidores da Funai e a equipe de segurança enviada ao local, composta pelas polícias Federal, Rodoviária Federal, pela Força Nacional e pelo Exército.

“Preciso saber deles que providências estão sendo tomadas nesse sentido [de garantir alimentação]. A prefeitura está aqui para ajudar em todos os sentidos”, disse Nascimento em entrevista à Agência Brasil. Segundo o prefeito, não há recursos próprios do município para o abastecimento da comunidade indígena.

O caso

O clima na cidade é tenso desde o último dia 16, quando três homens brancos desapareceram, após serem vistos trafegando de carro pela rodovia Transamazônica. Moradores acusam os índios de terem sequestrado os homens em represália à morte do cacique Ivan Tenharim. Após o desaparecimento, manifestantes incendiaram o prédio da Funai. Os servidores foram para Porto Velho, capital de Rondônia, que fica a cerca de 200 quilômetros de Humaitá.

“O pessoal da Funai está receoso por conta do problema que houve”, disse o prefeito. “Toda relação comercial deles [índios] é feita aqui em Humaitá e em Manicoré. É uma dificuldade realmente nesse sentido [de acesso aos alimentos]”, afirmou.